E não lhe dão um premiozinho...
Convidada de Luís Osório, do ciclo de enrevistas “30
portugueses, um país”, que o caderno "Dinheiro Vivo" periodicamente publica, a "tia" Maria joão Avillez alardeia muita obra feita e por isso “amua”
com algumas perguntas que lhe fazem e lamenta nunca ter podido fazer um
telejornal, que diz serem péssimos; talvez por nunca me ter caído no goto,
nunca vi na senhora nada de interessante, embora conheça a figura há muitos
anos, a quem detecto um exagerado conceito de si própria.
Apesar disso sente necessidade de dizer que não é pouca
porcaria, pois até Sofia de Mello Breyner e Miguel Sousa Tavares são seus
primos; diz que sem a família que teve não teria feito nada do que fez – não faço
a mínima ideia do que tenha sido - e que, tal como a mãe, que sempre lhe
estimulou o gosto pela escrita, também tem o sentido da vida, o sentido da
festa.
Questionada acerca de nunca ter sido tão “do contra” como
agora, diz estar habituada a não ser compreendida, a defender as causas que não
são as das pessoas; nunca esteve tão contra a corrente como hoje porque gosta,
porque lhe dá adrenalina...
Amândio G. Martins
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