Muita
gente interroga-se como é possível um fascista declarado ter a
aceitação popular como tem Bolsonaro. Sim, porque ele não é
apenas o candidato da minoria altamente privilegiada do Brasil!
Esses, não representam nem 1% da sua população. Como lá dizem, a
galera, o povão, votou em massa nele. E porquê? Porque as
assimetrias sociais lá são brutais, porque os salários e as
reformas são miseráveis, porque a corrupção é endémica, porque
a delinquência é enorme, porque o povão está altamente
desiludido.
Lula
da Silva e o seu partido, O Partido dos Trabalhadores (PT) , no
poder, conseguiram alguma justiça social. Não é por acaso que o
antigo operário tem a popularidade que tem! Mas, mesmo assim, o PT
nunca foi imune à tal corrupção endémica e pouco ou quase nada
buliu nas estruturas do capitalismo. Por exemplo, nunca fez
nacionalizações. E enquanto o Estado, seja no Brasil, em Portugal,
ou onde quer que seja, não deter, ou pelo menos não controlar, um
núcleo fundamental da economia, na banca, seguradoras, combustíveis,
telecomunicações, órgãos de informação e, lá no Brasil devido
à dimensão e importância que têm, empresas agro-alimentares, não
consegue um mínimo de justiça social estável. O capital, como se
sabe, não tem alma nem pátria. E, à rédea solta, como lá e um
pouco por todo o mundo, a social democracia(SD) e a democracia
cristã(DC) o deixa, acentua a exploração do povo, fomenta guerras,
cria a desilusão em vastas camadas populares. Ou seja, cria
condições a que demagogos, populistas e, como se vê, até
fascistas, ganhem enorme protagonismo, ou que alcancem mesmo o
poder. E com Dilma Rousseff, esse capitalismo desenfreado, à vara
larga, ainda mais galopou.
Portanto,
a extrema direita e o fascismo, infelizmente, não só no Brasil
levantam a cabeça. Também aqui na Europa, Hungria, Polónia,
Ucrânia, Itália, França etc. A SD e a DC , subordinando- se ao
capitalismo que se torna, como é a sua natureza, cada vez mais
predador, tornam-se seus porteiros.
Em
sentido contrário, Portugal, é um bom exemplo. O entendimento do PS
com forças à sua esquerda, nomeadamente o PCP, não só evitou o
aprofundamento da crise, como amenizou um pouco a situação social.
Também agora no Brasil, é imperioso a união de todos os democratas
para evitar que, na segunda volta destas eleições, o fascismo
chegue ao poder naquele tão importante país.
O
caminho no Brasil, na Europa, no mundo, deve ser este. E não menos
importante, antes pelo contrário, as tais forças à esquerda da SD,
devem crescer. E muito!
Embora
com possíveis recuos, o rumo da humanidade não é o retrocesso, mas
sim o progresso que leva à justiça e à paz. Mas, como sempre, é
preciso que nos batamos por isso. Aliás, que outro caminho nos
aponta a dignidade?
Francisco
Ramalho
Corroios,
8 de Outubro de 2018
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