sexta-feira, 5 de outubro de 2018


Na mesma jangada...


Como “flutuamos” juntos, portugueses e espanhóis padecem de muitos vícios comuns, alguns deles deixando os dois povos numa situação pouco lisonjeira no mundo dito civilizado; e a Justiça é um dos pilares que se mostram corroídos, com muita ferrugem à vista, por atavismos de toda a ordem.

Ainda há dias nos indignamos com a linguagem desculpabilizante de abusadores sexuais usada por juízes de um tribunal superior; num tribunal espanhol, a uma denunciante de violência machista, tratou um juíz de forma que a comunidade da informação refere nestes termos: “Un juez se mofa de la víctima, llamando bicho y hija de puta por denunciar a su pareja”.

Rodrigo Rato, que foi alto quadro do FMI, vice-presidente e ministro da Economia de um governo de Aznar, criou para si e quantos  o rodeavam nas administrações dos bancos “Caja Madrid” e “Bankia” um cartão de crédito ilimitado para gastos pessoais com o qual os figurões não se fizeram rogados, gastando à “tripa-forra“ muitos milhões de euros, distribuídos em “coisinhas” como “lingerie”, que é um nome chique para cuecas e outras peças de roupa interior, viagens, flores, comezainas e as mais variadas ofertas  porque, segundo afirmaram em tribunal, era para isso que o cartão lhes tinha sido oferecido, sem qualquer obrigação de prestar contas.

Esses puros representantes “do que Espanha tem de melhor”, como se referiu Aznar a Rato, foram julgados e condenados a prisão, com penas que variam de acordo com o que esbanjaram; todavia, de recurso em recurso, tal como por cá, os anos vão passando e ainda nenhum “foi dentro”...


Amândio G. Martins



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