Virava as costas com o JN na mão, observando os títulos de chamada para as páginas interiores, quando a senhora do quiosque me alertou para a revista, empilhada ao lado de onde peguei no jornal; um desses cretinos que sobram por todo lado, que já lia o jornal da sua simpatia, perguntou se o dele também tinha “brinde”, ao que a senhora lhe respondeu que não, que era a revista que acompanha às sextas o Jornal de Notícias.
E a resposta do sujeito – “Ah, se é do Jornal de Notícias não quero, que não leio “coboiadas” “ – deixou-me a pensar no que poderá levar alguém, que até tinha aspecto exterior de gente, a expressar tamanhas “bacoradas”; há pessoas que compram vários jornais, eu próprio já o fiz, pelos mais diversos motivos, também de ordem profissional, mas chega-se a um ponto que se opta por um, e por aí se fica, sem menosprezo pelos outros nem por quem lhes dá preferência, daí que me tivesse soado gratuitamente provocatório o comentário do referido indivíduo...
Amândio G. Martins
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