domingo, 11 de julho de 2021

Para que servem os blogues?


Objectivamente, para nada. São receptáculos de textos, com ou sem ideias, para despertar nos possíveis leitores sentimentos de concordância e admiração, de relutância e repúdio, ou discussões em torno de posições assumidas sobre assuntos diversos, com ou sem importância. Darão lugar, eventualmente, à troca de ideias que, como na vida em geral, deverá pautar-se pelas regras da boa convivência.


Também servem para se descarregar alguma bílis sobre quem não se gosta. O insulto é o caminho mais fácil: tu és isto ou aquilo, vai pr’aqui ou pr’ali, vai fazer isto. Sempre numa perspectiva individual que apenas interessa aos interlocutores. Uns chatos! O que é que os potenciais leitores têm a ver com isso? Nada.


Portanto, para mim - e apenas exprimo uma opinião individual -, quem se aproveita da janela do blogue para, na protecção das alturas, desferir as suas pedradas, estará a aproveitar-se despudoradamente das facilidades que esse mesmo blogue lhe dá. Não abona em seu favor.


Um post, em minha opinião, deveria conter sempre um carácter de generalidade que, às vezes, é mortalmente ferido. Sobretudo quando, em verso ou em prosa, mais ou menos bem escrito, apresentado com mais ou menos fulgor, é redigido e publicado como se de uma carta pessoal se tratasse. 


Sendo um blogue uma coisa tão banal, tão sem importância, o mínimo que se lhe pode exigir é que os seus textos sejam dirigidos a uma pluralidade de pessoas que, com mais ou menos interesse e afinidade pelo assunto, a eles possam ter acesso. Pessoalmente, quando quero transmitir mensagens estritamente pessoais, sirvo-me dos CTT ou, melhor ainda, do correio electrónico. Era o que faltava que eu viesse aqui ao blogue recomendar a X ou Y que acedessem às minhas sugestões sobre o que fazer consigo próprios.


Preferível será que, quando se pretende discutir e discordar de ideias que outrem expõe no blogue, se aborde directamente o assunto, com a exposição das discordâncias e do argumentário mais adequado ao assunto. Talvez se perca a blague, mas ganha o blogue.  


Depois, é bom saber-se que quando alguém se disponibiliza para difundir certas posições ideológicas, é natural que apareçam vozes discordantes. Algumas delas carregadas de ironia, uma vez ou outra a roçar o cinismo. Há que ter “estômago” para isso, usar o “cérebro” para ripostar e não recorrer aos “punhos” ou “pés” para responder a murro ou pontapé, que a violência é a arma dos que não têm razão. 


Para não me contradizer nos princípios, por me aproveitar das facilidades do blogue para me dirigir directamente a fulano ou sicrano - coisa que defendo não dever acontecer -, declaro abertamente que este texto se dedica por inteiro aos colaboradores d’A Voz da Girafa Amândio G. Martins e A. Pedro Ribeiro. É uma das excepções que, na vida, às vezes, sentimos ser forçados a exercer. 


Quanto ao resto, o blogue é de todos. Poderá não servir para grande coisa. Mesmo assim, gosto de cá estar. Tal como em minha casa, onde, felizmente, mandam as regras da boa educação.


2 comentários:

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