Há seis décadas que os EUA tentam, sem sucesso, aniquilar um regime que lhe é contrário, ali mesmo nas suas “barbas”, a algumas dezenas de quilómetros. De início, é possível que a punção punidora se baseasse num difuso receio de que o exemplo frutificasse e o comunismo de Cuba se contagiasse aos seus territórios. Hoje, o argumento já não será válido, mas Biden, curiosamente na esteira de Trump, e ao arrepio da orientação da administração Obama, de que fez parte, e de algumas promessas na campanha eleitoral, insiste em “bater no ceguinho”. Já com alvos focalizados em certas figuras cubanas, talvez por julgar o método mais eficaz, o presidente americano impõe novas sanções. Duvida-se (?) que o repetido interesse em “libertar” os cubanos seja altruísta, já que não se vislumbram idênticos movimentos relativamente a ditaduras que, ferozmente, oprimem os seus cidadãos, como, por exemplo, a dos sauditas. Muito prosaicamente, esse interesse estará mais em não deixar fugir os votos dos cubanos exilados na Florida, de modo a conservar a escassa maioria na Câmara dos Representantes, nas eleições intercalares do próximo ano.
Público - 26.07.2021
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