quinta-feira, 24 de março de 2022

A GUERRA NA UCRÂNIA E A DIFÍCIL SAÍDA HONROSA PELAS ATROCIDADES COMETIDAS

 Orivaldo Jorge de Araújo

Goiânia-Goiás-Brasil

24/03/2022


Qualquer governante sensato, conhecedor da arte da guerra, antes de qualquer ação defensiva diante do inimigo mais forte, procura preservar a população e a integralidade física de seu país através do recuo estratégico, fazendo concessões, tentado acordos, assinando tratados,  e ao mesmo tempo trabalhando nas sombras do inimigo até que possa recuperar toda ou parte do que foi concedido, embora este procedimento não seja bem visto pela grande maioria dos compatriotas, geralmente desinformada, que os tem como traidores e covardes.

A história é pródiga em citar, no decorrer da linha do tempo, que estes procedimentos salvaram várias nações do extermínio, entre eles cito o que ficou marcado na minha mente, como um das mais sensatos: a Suécia estava para ser impetuosamente esmagada pelo então invencível exército de Napoleão, eis quando o parlamento decidiu procurar o  imperador francês, com a proposta para que ele designasse um de seu fieis generais para rei da monarquia sueca, sendo então escolhido o general Jean Baptiste Bernadotte, que, na dinastia levou nome de Carlos XIV. Ele era casado com Désirée, primeira namorada de Napoleão. Este general (rei) teve participação decisiva na batalha de Waterloo em 1815, que marcou a trágica derrota do exército napoleônico, que tanto o tinha glorificado no passado, pondo fim na era do domínio francês na Europa.

Por outro lado, os tratados e acordos, sempre ditados pelos vencedores, têm no decorrer do tempo contribuído para aumentar fortes descontentamentos nas relações internacionais, entres vários podemos citar: o clamor pela devolução da cidade de Gibraltar que a Inglaterra anexou da Espanha, e que esta devolva ao Marrocos as cidades de Celta e Melila e restituía Olivença para Portugal; que o México recupere o que lhe foi tomado pelos EUA, que por sua vez devolva à Rússia o Alasca, cuja aquisição não foi bem explicada e compreendida até nos dias atuais. A Polônia ainda sonha em ter de volta ao seu domínio a atual cidade de Kalinigrado, enclave russo na divisa com a nação polonesa, no mar Báltico, cidade que também faz parte dos planos mais remotos da Alemanha, por ter-lhe pertencido num passado mais distante, sendo inclusive terra natal do grande filósofo Kant. Nota-se que a geopolítica não é para amador, tais são as pendências existentes no planeta.

O presidente da Ucrânia, rapaz jovem, idealista e sonhador, tem admitido que a resistência desproporcional, que está liderando, possa ser um ato heroico e patriótico, mas a fria realidade tem-se mostrado em contrário, pela destruição e enormes sacrifícios impostos à população. Foi estimulado pelas nações ocidentais neste desvairado ato de resistência e acabou ficando sozinho nesta empreitada, contando apenas com atos de solidariedade, sem zona de exclusão aérea, promessas de aviões e armas modernas não acontecendo, pois A OTAN (NATO) tem receio de que todo armamento caia na mão dos russos, pela desproporção de forças envolvidas. Urge que o presidente Zelensky faça um acordo mesmo que lhe seja desfavorável no momento, deixe para os próprios russos a tarefa de derrubarem o Putin do poder, contrariados que estão com as severas sanções econômicas impostas ao país.

 Chamaremos esse recuo estratégico como ato de coragem para salvar a nação, poupando, assim, muitas preciosas vidas, até o enfraquecimento do inimigo face às dificuldades econômicas que já se podem antever no radar do “after day”.


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