Putin decidiu uma acção criminosa contra a Ucrânia e está a perpetrá-la metódica e cruelmente. Nunca merecerá perdão e, tenho a certeza, há-de pagar pelos seus actos, bem como os correligionários próximos, arrastando consigo o povo russo para um futuro de imenso castigo, à maneira de Dostoiévski. A alguns, basta-lhes esta verdade, como se ela encerrasse definitivamente o assunto, numa espécie de reedição do “fim da História”, negando o passado, como Fukuyama negou o futuro. Aos que não se resignam a este empobrecido raciocínio, pode acontecer serem acusados de se arvorarem em “vítimas” do “pensamento único”, como fez o Director do PÚBLICO, no seu editorial do passado dia 21, amalgamando num caldeirão esquisito o “PCP e os que se contorcem com as dificuldades em condenar a agressão da Rússia”. Não pertenço a nenhuma dessas classes e, no entanto, sinto no ar o “cheiro” desse “pensamento único”. Entretanto, ao mesmo tempo que nos verberamos mutuamente, os mortos multiplicam-se.
Público - 25.03.2022
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.