domingo, 27 de março de 2022

Tempos de guerra(s)


Sem que se possa esquecer, por um único minuto, a invasão da Ucrânia e os seus horrores, é bom lembrar que a “guerra” do coronavírus-19 ainda aí paira. As duas desgraças distinguem-se, antes de mais, por uma se dever à vontade ditada por um homem em quem, infelizmente, se depositaram demasiados poderes, e a outra, como muitas pestes que assolaram a espécie, não ter sido directa e voluntariamente desencadeada por qualquer humano. 

Durante dois anos, temos vivido o terror da covid, e, em ambiente de maior acalmia do que no início, vale a pena comparar estratégias de combate à mesma. Não para que se apontem dedos acusatórios a ninguém, mas para tentar absorver alguns ensinamentos. Em 2020, perante a “loucura” dos suecos, resistentes ao histerismo colectivo que invadiu quase todos os países ocidentais, nós “fechámos” o País. Obedientes às normativas das autoridades nomeadas ad hoc, cumprimo-las todas, sem sequer questionar a racionalidade de algumas delas. Como sempre, os portugueses, acossados, responderam em uníssono ao soar das trombetas. 

Hoje, comparando populações de dimensões semelhantes, o número de mortos por covid-19 totalizava, há poucos dias, 21.545 em Portugal e 18.189 na Suécia. Valeram a pena tantos constrangimentos? 


Público - 28.03.2022 (amputado do período sublinhado).

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