Um livro e um país. Na diversidade que povoa o nosso quotidiano tantas vezes se cruzam coisas aparentemente singulares mas que logo nos aparecem ligadas, pelo menos na nossa mente.
Desta vez foi o "Em Nome do Pai" de Nuno Lobo Antunes e as notícias dos acontecimentos na Turquia. Ao primeiro li-o devagar, saboreando cada frase e cada intenção da prosa dum colega feito "José o Carpinteiro" que, inteligente como se manifesta, vai discorrendo numa "hesitação" que nada tem de titubeante mas também não é pacoviamente assertiva, entre "Galeno" e o "Pai dos céus", para nunca abdicar da autonomia do Homem. E a capa do livro expressa-o bem na dualidade do título ("Em Nome do Pai") e o sub-título ("Que Deus é este que toma a mulher de um homem honrado e nela deposita a sua semente").
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Deus volta-me com a Turquia. Visitei-a há um ano e fiquei maravilhado! De Ancara a Istambul, do túmulo do grande Attaturk até à linha virtual entre Oriente e Ocidente (ou, citando Vergílio Ferreira, Nascente e...Ocaso), passando pelos menires, balões e cidades subterrâneas da Capadócia e outras belezas, tudo me encantou. Mas o que mais o fez, foi o belo social montado pelo, repito, grande Attaturk, que conseguiu tornar secular o quotidiano dos turcos islâmicos, onde a neblina do Bósforo me fez deliciar mais que o "lusco-fusco de encapuçados" da ponte Carlos em Praga! Que quer agora o "falso-laico moderado" Erdogan com a proibição do álcool e... dos carinhosos beijos dum homem e duma mulher? O Corão?...
Porque me lembrei de associar as duas coisas? Provavelmenteo facto de ser... apenas um homem.
Fernando Cardoso Rodrigues
Uma muito apropriada associacção.
ResponderEliminarSem dúvida.
Abraço
Augusto