Lídia Jorge (escritora)
1946.Junho.18
– Boliqueime, Portugal /
Natural de Boliqueime,
Lídia Jorge nasceu a 18 de Junho de 1946, tendo-se licenciado em Filologia Românica
pela Universidade de Lisboa. Seguiu a carreira de docente do Ensino Liceal e
foi nessa condição que passou alguns anos em Angola e Moçambique, durante o
último período da Guerra Colonial. Lídia Jorge iniciou a sua obra com O
Dia dos Prodígios (1980) o seu primeiro
romance que haveria de constituir um acontecimento num período em que se
inaugurava uma nova fase da Literatura Portuguesa. O livro constrói-se como
uma alegoria do país fechado e parado que Portugal era sob a ditadura,
permanentemente à espera de uma força que o transformasse. O impacto
causado por este romance foi, também ele, prodigioso, e a autora foi de
imediato saudada como uma das mais importantes revelações das letras
portuguesas e uma renovadora do seu imaginário romanesco. A linguagem narrativa deste romance remete para a atmosfera
do realismo mágico. Nos romances de Lídia Jorge, a condição sócio-cultural das
personagens, sobretudo as femininas, reflecte-se em diálogos, testemunhos a que
não é alheia a atenção que a autora dispensa à tradição oral, em relação
directa com a crónica da nossa história recente, antes e depois da revolução. Da
sua experiência em África, escreveu A
Costa dos Murmúrios (1988) pela
prespectiva de uma personagem feminina, mulher de um oficial do Exército
Português em serviço em Moçambique, livro que serviu para confirmar a
romancista no panorama literário em Portugal. Seguiram-se O
Jardim Sem Limites (1995), O
Vale da Paixão (1998) O Vento Assobiando nas Gruas (2002), entre outros romances, livros de contos,
peças de teatro e ensaios. A par da actividade
literária, Lídia Jorge foi professora convidada da Faculdade de Letras de
Lisboa, actividade que interrompeu para desempenhar funções na Alta Autoridade
para a Comunicação Social, entre 1990 e 1994. Os seus livros têm-lhe merecido
variadíssimos prémios e estão traduzidos para diversas línguas. Em 2006, a autora foi
distinguida na Alemanha, com a primeira edição do Albatroz, Prémio
Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto
da sua obra. O seu último livro A Noite das Mulheres
Cantoras é
de 2011. Será hoje uma das escritoras mais conceituadas no panorama literário
português.
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