segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Afinal, ainda moro em Marrocos!


Já há muito que me interrogo do porquê de repartições, estabelecimentos ou serviços oficiais passarem guias de documentos que, estando a ficar fora de prazo de validade, temos de nos deslocar novamente para colocarem nos referidos documentos provisórios outra data.

E o mais grave de tudo, para além da perda de inúmeras horas de trabalho em deslocações indevidas, é um qualquer cidadão de pleno direito, cumprindo com todas as obrigações que lhe são impiedosamente impostas, ficar inibido de certos direitos, como, por ex., o de conduzir o seu próprio veículo.

Eu explico: antes de caducar a validade da minha carta de condução, válida até 16/10/2013, dirigi-me nos primeiros dias de Setembro de 2013 aos escritórios de uma escola de condução, a fim de a revalidar.

Assim, em 5/9/2013, foi-me entregue uma guia de substituição do Título de Condução, válida até 04/12/2013, passada pelo Instituto de Mobilidade e dos Transportes, I.P., na Direcção Regional de Mobilidade e Transportes do Norte, da cidade do Porto.

E, como sou contra estas arbitrariedades oficiais, fui aguardando a chegada da minha revalidada carta de condução.

Todavia, no dia 23/12/2013, contrariado e solenemente aborrecido com o sistema oficial que a muito custo sustento como os demais concidadãos estoicamente fazem, dirigi-me à Loja do Cidadão, da cidade de VN de Gaia, aonde moro, a fim de revalidar a guia ora caducada.

E qual não foi o meu espanto dizerem-me que tal petição era impossível, pois deveria deslocar-me à vizinha cidade do Porto, local onde a escola de condução entregou o meu pedido de revalidação.

Indignado já não fico, porque já estou vacinado pelo laboratório do Terreiro do Paço, como nem sequer culpo o simplex de outrora recente, mas regresso ao passado século XX em que, quando trabalhava no Porto e morava (e moro) em VN de Gaia, a malta do Porto dizia-me que eu morava em Marrocos.

Um século depois assim continua a ser: lá terei de ir, de Marrocos para Portugal, que fica da outra margem do Rio Douro.

E esta, hein?

 

José Amaral


 

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