Já há muito que me interrogo do porquê de repartições,
estabelecimentos ou serviços oficiais passarem guias de documentos que, estando
a ficar fora de prazo de validade, temos de nos deslocar novamente para
colocarem nos referidos documentos provisórios outra data.
E o mais grave de tudo, para além da perda de inúmeras horas
de trabalho em deslocações indevidas, é um qualquer cidadão de pleno direito,
cumprindo com todas as obrigações que lhe são impiedosamente impostas, ficar
inibido de certos direitos, como, por ex., o de conduzir o seu próprio veículo.
Eu explico: antes de caducar a validade da minha carta de
condução, válida até 16/10/2013, dirigi-me nos primeiros dias de Setembro de
2013 aos escritórios de uma escola de condução, a fim de a revalidar.
Assim, em 5/9/2013, foi-me entregue uma guia de substituição
do Título de Condução, válida até 04/12/2013, passada pelo Instituto de
Mobilidade e dos Transportes, I.P., na Direcção Regional de Mobilidade e
Transportes do Norte, da cidade do Porto.
E, como sou contra estas arbitrariedades oficiais, fui
aguardando a chegada da minha revalidada carta de condução.
Todavia, no dia 23/12/2013, contrariado e solenemente
aborrecido com o sistema oficial que a muito custo sustento como os demais
concidadãos estoicamente fazem, dirigi-me à Loja do Cidadão, da cidade de VN de
Gaia, aonde moro, a fim de revalidar a guia ora caducada.
E qual não foi o meu espanto dizerem-me que tal petição era
impossível, pois deveria deslocar-me à vizinha cidade do Porto, local onde a escola
de condução entregou o meu pedido de revalidação.
Indignado já não fico, porque já estou vacinado pelo
laboratório do Terreiro do Paço, como nem sequer culpo o simplex de outrora
recente, mas regresso ao passado século XX em que, quando trabalhava no Porto e
morava (e moro) em VN de Gaia, a malta do Porto dizia-me que eu morava em
Marrocos.
Um século depois assim continua a ser: lá terei de ir, de
Marrocos para Portugal, que fica da outra margem do Rio Douro.
E esta, hein?
José Amaral
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.