No inquérito que o DN publica online, no dia 27 de Novembro tinha a seguinte pergunta; "Considera que os portugueses estão a reformar-se demasiado tarde?" Claro que a resposta deste cidadão foi muito clara, concisa, precisa e pronta: "Sim." O Diário de Notícias, (nesta secção de cartas dos leitores), já por duas ou três vezes me deu oportunidade de expor a minha situação. Tenho 48 anos civis de carreira contributiva para a Segurança Social (SS), tendo começado a trabalhar e a descontar cedo de mais. Naquela época era assim, começava-se a trabalhar cedo, pois todas as migalhas eram poucas para ajudar no sustento do lar. Estávamos na década de 60, era assim, não havia outra alternativa. É verdade que respondi "sim". Mas a realidade infelizmente é outra em certas situações. Quantos já se reformaram com 35 e 40 anos de serviços, talvez menos de descontos,e por acaso até continuam no mesmo emprego? E outros, porventura, arranjaram outra ocupação sem declarar a situação à SS, como convém a muita entidade patronal. Nãp há dúvidas de que estamos com políticas claras parta que, quando tivermos direito à esmola da reforma, estejamos com os pés mais virados para aquele lado, que é como costuma dizer-se, com os pés para a cova. Verifico, porém, que os anos de contagem para o cidadão ter direito à reforma não são iguais para todos. Os exemplos são diversos, desde a classe politiqueira , juízes, militares, autarcas etc., todas estas têm um estatuto diferente dos restantes cidadãos. Porquê? Para quando um pouco de vergonha e os exemplos virem de cima estabilizar um limite de anos efectivos de descontos? Sinto-me, tal como outros cidadãos, severamente penalizados. (...)
Mário da Silva Jesus
(Carta publicada integralmente na edição de 01.Dez.2013 na edição do Diário de Notícias)
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