terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sair do Euro resolveria o problema económico de Portugal?

Sair do Euro resolveria o problema económico de Portugal? Segundo, o economista e professor de economia Mark Blyth, simplesmente mudar de moeda, sair do euro, não se sabe se seria bom ou mau. Para este economista o verdadeiro problema é o modelo de crescimento económico. Portugal tal como a Grécia, não têm um “modelo de negócio” claro. E o economista continua a dizer: “face ao argumento de que a saída de euro permitiria ao país ganhar liberdade de ação para outras políticas que não são permitidas na zona monetária única, não significa que a desvalorização da nova moeda levaria a exportar mais e o quê, não é claro. O que nos leva ao tal problema -a falta de um modelo de crescimento económico”. “Em cima dos diversos problemas estruturais que o país já tinha de falta de produtividade, de alto endividamento privado, de demografia,…, o adiamento e atraso na resolução do modelo de crescimento é a questão principal” diz Mark. Para este economista a austeridade, depois da crise, não veio melhorar mas piorar o problema, até o FMI admite as consequências muito negativas para o PIB provocadas pela austeridade, devido ao efeito multiplicador desta mesma austeridade. (Mark Blyth é o autor do livro: “Austeridade -A história de uma ideia perigosa” que já expos noutro texto publicado no JN). Este economista não vê grande motivo de regozijo com o fim do programa da TROIKA em 2014. Mark diz: ”prometeram que se tratava de uma transição, de que as coisas iriam estabilizar. Mas os estragos já foram feitos. Com o programa fez-se muito maior estrago no longo prazo do que podem imaginar”. Em relação ao que virá no prós-TROIKA, a pergunta mantem-se: qual o novo “modelo de negócio” para Portugal? Mark acha que a resolução dos problemas: desemprego, falta de crescimento económico, dívida soberana,…poderiam ser resolvidos através da criação de um imposto extraordinário sobre a riqueza acima de determinado nível. Outra medida seria uma ação conjugada em direção aos offshores para que particulares e empresas aí situadas passem a pagar impostos. O investigador James Henry calculou que entre os 21 e 32 biliões de dólares (o equivalente a 30% a 45% do PIB mundial) estão escondidos em offshores.

2 comentários:

  1. Sair do Euro ou permanecer, o resultado é praticamente o mesmo: O país está falido e tem de recomeçar quase do zero.
    A dívida tem de ser em parte perdoada e os juros não poderão ser superiores aos que pagam a Alemanha e a Holanda, países economicamente mais fortes. Estamos a empobrecer uma parte muito grande dos portugueses e a caminhar para um túnel sem saída. As troikas querem salvar os créditos dos bancos internacionais e impõem medidas que estão a transferir os títulos de dívida para os bancos portugueses, porque isso do ir aos mercados é uma treta.

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  2. De facto, já nem se coloca a necessidade de sair ou ficar no euro:

    - ou ficaremos com os juros a pagar em 40 a 50 anos, e os emprestimos futuros a uma taxa muito mais baixa, ou nada valerá a pena e iremos empobrecendo tristemente, até mais não poder!!!!!

    E com um punhado de ricos cada vez mais ricos e um montão de pobres cada vez mais pobres.......mais pobres.....

    augusto

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