terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O COMPROMISSO


E de repente, sem quase ninguém esperar, o PS e o governo celebraram um acordo sobre a reforma do IRC.  Será caso para celebrarmos, designadamente o PR, que tanto lutou em público e certamente em privado para que os 3 partidos que se comprometeram com o plano de resgate financeiro, se pusessem de acordo quanto a matérias essenciais para o futuro do nosso País? Eu penso que ainda é muito cedo. Digo-o com muita tristeza, não com o regozijo que os partidos de oposição manifestam com as quezílias entre os partidos do chamado arco governativo. E penso assim porque o líder do PS só aceitou agora negociar com o governo, depois de realizar que este está completamente descredibilizado perante todas as instituições, nacionais e estrangeiras. E os milhões de portugueses, certamente todos os reformados e pensionistas, vão arrasar o governo em próximas eleições. Assim o PS, certo da vitória próxima, quer agora passar um ar de sentido de Estado, de responsabilidade e credibilidade. Os portugueses, infelizmente nada esperam do futuro governo do PS, basta saber que do seu líder ainda não saiu uma proposta concreta e viável, uma ideia sustentável, só demagogia e irresponsabilidade.
Mas de uma coisa os portugueses estão certos, Passos Coelho nunca mais. Por isso, com o sentido de oportunismo e frieza perante o poder que o PSD sempre mostrou, se Passos falha, como se espera, nas próximas eleições, melhor, se for arrasado, é muito provável que os "jotas" e "barões" ainda vivos do PSD o substituam com rapidez, e se queiram apresentar nas legislativas de "cara lavada".
Enquanto os principais partidos se preocuparem exclusivamente com a conquista e manutenção do poder e das suas clientelas, e menos com os superiores interesses do País, e não consigam pôr-se de acordo quanto ao resgate financeiro e a reforma do Estado, todos os dias daremos um pequeno ou grande passo para uma qualquer forma de "democracia musculada", como hoje se vive nalguns países Europeus, da ex-União Soviética. Existem eleições, ditas democráticas, entre os actos eleitorais ninguém abre o pio, e os dirigentes arranjam formas, muitas vezes até originais, de se perpetuarem no poder.

2 comentários:

  1. O mais grave problema do nosso país, é que o Governo, tanto este, como outros que o procederam, dirige o barco sem bússola ou quaisquer outros instrumentos de orientação. Não tem um plano de rota e navega à vista. Não sabe bem para que futuro nos leva, pois tudo o que faz, e muitas vezes mal, é assente numa base casuística. Para mal dos nossos pecados, os que não estão a jogar, e outros, que poderíamos considerar com substitutos, não enxergam melhor, porque são filhos da mesma escola. Honestamente, e porque é tempo de dar o corpo às balas, mesmo que nos chamem reaccionários ou neoliberais, maneira sofisticada de dizer a mesma coisa, hoje, 40 anos depois da Revolução, o país está pior e quase sem solução. Não há leis para responsabilizar os grandes ladrões, porque os ditos representantes do Povo, que apenas representam interesses partidários, não as fazem nem aprovam, porque uma maioria silenciosa e perniciosa dirige toda a máquina que orienta o país. Cada dia que passa vou tendo menos esperança na redenção desta gente, mas ainda acredito num fio de luz ao fundo do túnel. Um Bom Natal para si e para todos os homens de boa vontade.

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    1. Caro Joaquim, em primeiro lugar agradeço e retribuo em dobro, os amigos votos natalícios.
      Sobre a matéria, estou inteiramente de acordo com tudo o que escreveu, excepto o optimismo, e lamento-o. Não consigo ver a "tal luz". Há 20 ou há 10 anos ainda a via, agora perdi-a. A visão de curto prazo, que confirmo, é resultado da óptica eleitoralista. Se houvesse serviço público dos governantes, estes aceitariam governar para tomar as medidas que se impusessem, independentemente de virem a ser derrubados em futura eleição. Agora como querem manter-se e às suas cliques no poder, tudo fazem para enganar o povo, e não decidem nada que possa prejudicar o seu resultado eleitoral. O actual governo, porém, ao ter tomado todas as medidas que tomou, visando sempre só os mais fracos, vai ser corrido de certeza absoluta, sem ter feito obra que seja digna de registo. Apenas foi um "pau mandado" dos credores, e esteve sempre de joelhos... BOAS FESTAS e aceite um abraço.

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