sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Do Vazio de Poder, ao Poder na Rua


Do Vazio de Poder, ao Poder na Rua

Um país como o nosso que supostamente é democrático e que tem poder legislativo (Assembleia da República), poder executivo (Governo), poder judicial (Tribunais) e um semi-poder no Presidente da República, conseguiu a proeza, de estar em Vazio de Poder.

Ninguém decide à séria, ninguém explica como deve ser, ninguém legisla adequadamente, e a alguns tribunais , mormente o Constitucional fazem o que podem e mais do que devem, para o vazio do poder não ficar ainda mais esvaziado.

Cada um dos poderes atrás referidos, deveria parar por momentos, e repensar o que “não anda a fazer” e até onde, como e quando se vai aguentar, neste país a esvaziar-se de tudo, tudo: poderes, valores, referências, orientações, vida em sociedade.

Vivemos num país totalmente desorientado, onde os actores políticos/públicos deixariam completamente de o ser.

Ninguém age correctamente por iniciativa própria, todos e cada um espreitam o outro, para mal e tardiamente, reagir. Isto engloba todas as Oposições, também!

Convém não esquecer a actuação do 4º Poder, o não institucionalizado, mas que também existe, se bem que igualmente indo a reboque da desorientação geral, criando ainda mais confusão, a comunicação social. Até, já esta, arrasta-se sem iniciativas e sem diferenças entre si – é tudo igual ou excessivamente parecido - mostrando às mesmas horas, as mesmas desgraças, as mesmas trapalhadas a que o País chegou, e já não influencia, faz um retrato igual – claro que há honrosas execpções – da confusão em que o País está instalado. Só!

Transmitem tudo de idêntico, o mais trágico possível, o mais ao vivo conseguível e sempre em simultâneo.

Como é evidente este Vazio de Poder- com tanto Poder constituído – que se sente, que se vive, desde que acordamos – mesmo que não queiramos ver televisões, mas rádio e jornais, ainda lá vamos – até que nos deitamos, é um retrato exacto do preparo em que nos encontramos.

E, claro que, seremos nós, população que ainda mais prejudicados viremos a ficar, quando o total e incontrolável desrespeito pelos Poderes Instituídos, de tão esvaziado, cair na rua.

E, quando o Poder estiver na Rua, como tantos desejaram/espicaçam, uns pela violência, outros criticando os pensionistas, outros invadido o que não deve ser invadido, vai ser agarrado por “algum salvador”. E não serão de esperar melhorias, bem pelo contrário. E veremos muitos camaleões a mudar de palco – a História repete-se, está é esquecida, propositadamente - e, nós, a maioria da população, ainda mais iremos ter que amargurar!

Augusto Küttner de Magalhães

Dezembro 2013


 
(Hoje no Público)

1 comentário:

  1. O poder só poderia cair na rua, se houvesse poder. Nós temos um simulacro de poder, onde cada ministro finge que dirige uma certa área, mas numa actuação remendeira. Não há uma estratégia nacional de actuação governativa onde as diversas acções estejam relacionadas de forma a atingir um objectivo final. Garotos mal preparados, julgo que nunca qualquer deles viu plantar uma alface ou fabricar um pão, não têm a menor noção do que é a organização social. Alguns, falsos diplomados para exibirem habilitações que não possuem, vivem desenvergonhadamente à nossa custa e nós já o toleramos e, às vezes, até os aplaudimos, porque num país onde não há leis que condenem as falcatruas, acabamos por entrar na senda so salve-se quem puder. É a actual vidinha portuga.

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