O PONTO DE VISTA CLÁSSICO
Foi da
doutrina de Aristóteles, da identidade substancial de todos os membros de uma
espécie, que Descartes e os filósofos do séc XVIII deduziram a identidade em
todos os homens, da razão ou bom senso. Confirmou-lhes esta crença, o facto de
só haver uma lógica. Verificando que só há uma meneira de passar de uma
premissa maior para uma conclusão, imaginaram que as inteligências que seguiram
este caminho idêntico, têm elas próprias de ser idênticas. Uma falácia. Porque,
embora haja apenas um caminho de uma premissa para uma conclusão, há muitas
premissas.
As
inteligências diferem umas das outras, não na maneira como raciocinam, mas na
espécie de premissas maiores que escolhem para delas raciocinarem. Uma mente
achará inteiramente natural escolher uma espécie de premissa maior: a outra,
esta espécie de premissa parecerá inteiramente absurda.
É um facto
importante e significativo que exista apenas uma maneira de chegar a uma
conclusão a partir de uma dada premissa maior. Mas não é menos importante e
significativo que não exista nenhum critério único para julgar as premissas
maiores, senão o de que todo o Homem
deve seleccionar o seu em bases pessoais e, em última análise, em bases irracionais.
NOTA – Texto
de Aldous Huxley, transcrito por
Amândio G.
Martins
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