sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

AREJAR OS NEURÓNIOS

                                                  O PONTO DE VISTA CLÁSSICO
Foi da doutrina de Aristóteles, da identidade substancial de todos os membros de uma espécie, que Descartes e os filósofos do séc XVIII deduziram a identidade em todos os homens, da razão ou bom senso. Confirmou-lhes esta crença, o facto de só haver uma lógica. Verificando que só há uma meneira de passar de uma premissa maior para uma conclusão, imaginaram que as inteligências que seguiram este caminho idêntico, têm elas próprias de ser idênticas. Uma falácia. Porque, embora haja apenas um caminho de uma premissa para uma conclusão, há muitas premissas.
As inteligências diferem umas das outras, não na maneira como raciocinam, mas na espécie de premissas maiores que escolhem para delas raciocinarem. Uma mente achará inteiramente natural escolher uma espécie de premissa maior: a outra, esta espécie de premissa parecerá inteiramente absurda.
É um facto importante e significativo que exista apenas uma maneira de chegar a uma conclusão a partir de uma dada premissa maior. Mas não é menos importante e significativo que não exista nenhum critério único para julgar as premissas maiores, senão o de que  todo o Homem deve seleccionar o seu em bases pessoais e, em última análise, em bases irracionais.

NOTA – Texto de Aldous Huxley, transcrito por

Amândio G. Martins

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