Este ano escolar inicia-se com duas grandes contradições:
do maior número de candidatos ao ensino superior e do mais baixo número de
entradas para o 1º ciclo dos quarenta anos.Isto levou-me a pensar na vida de
dois amigos da minha filha mais nova.Susana (nome fictício) de 29 anos
,licenciada em marketing depois de tentar várias candidaturas de emprego sem
nada ter conseguido,resolveu concorrer com o 12º ano Consegui um lugar numa rede
de hiper mercados como caixa e reposição de stocks. 600 Euros por mês.
Carlos,licenciado em línguas e literaturas modernas-Inglês e Alemão
completou as habilitações com a carta de pesados com especialidade em
transporte de passageiros.Trabalha numa empresa de turismo com um vencimento de
800 euros podendo chegar aos 1000 quando faz ns de semana completos.
Carlos e Susana vivem uma união de facto num T1 com uma renda de 450 Euros.
Este casal tem duas grandes ambições :juntar dinheiro para poderem fazer uma
festa de casamento e terem filhos.
A primeira ambição, dentro de ano e meio julgam poder realizar.
Ter filhos é muito mais difícil. Normalmente só tem um ou dois dias de
folga, por mês, em comum. Trabalham ambos por turnos
Susana tem contrato a tempo incerto.Tem medo que uma gravidez faça perder o
emprego.
Caso sejam pais ,onde colocar um bebé quando terminam de trabalhar muitas
vezes para além das 22 horas?
Estas são algumas das razões,juntamente com a emigração de jovens
casais, pelas quais se tem verificado um grande decréscimo demográfico e
como diz o reitor da U.P,, Sebastião Feio , há tantas desistências no ensino
superior, mesmo em alunos com classificações excelentes. Não vemos por
parte dos partidos políticos que sejam tomadas medidas que alterem esta
situação.
Em 2050, os Portugueses serão 1,5 milhões a menos que em 2009.
Quem está preocupado com isto ?
(JN, 4-10-2016)
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