quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Tomada de Posse





E amanhã o dia que eu não queria e não se pode eliminar na contagem certa dos dias, inflexíveis de se seguirem uns aos outros.
Eu não queria viver esse dia, mas quero e espero continuar a viver depois dele, desejando viver sem uma pressão constante no peito, a região onde se supõe habitar a alma.
Pensar que essa data é depois de amanhã paralisa-me. Porque é o dia oficial em que o país mais poderoso do mundo entrona democraticamente um monstro de sete cabeças mal penteadas, eleito por uma margem representativa de cidadãos, o que desconjunta o entendimento e as lógicas que nunca contam com as intromissões inoportunas e não agendadas do caos na vida dos homens e das sociedades
.Como se deixaram levar num paleio simplicista? que responsabilidade humana pesa na consciência das cabeças que se embeiçaram por ele?
Pode - é -, uma tão grande percentagem da humanidade ser apoucada ao ponto de passar uma procuração em branco a um homem que tem muito pouco de humano? Já repararam no olhar de ódio e soberba que irradia deste indivíduo?
E o que nos espera no dia a seguir?
A quantidade de asneiras inqualificáveis que este ser pode fazer e o impacto de escala global das mesmas; o ressurgir – eles estão aí – de novos bestiais ditadores, muito mais inteligentes e por sua vez proporcionalmente mais perigosos; o renascimento dos medos e das desconfianças, que levam em espiral à erradicação da tolerância, do sentimento de comunidades abertas, da partilha, do acolhimento.
Estou assustado.
Tenho medo e os meus filhos não podem saber.
Como vamos explicar-lhes que a culpa foi nossa?
a pena que tenho de não conseguir banir do calendário, esse dia ainda por vir .

2 comentários:

  1. Espero que muita gente leia este texto do amigo Luís Robalo. Pelo menos, todos/as os/as que têm acesso a este blogue.E se possível, o partilhem. Efectivamente este homem já é um pesadelo para a humanidade. É bom que ela esteja alerta...

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  2. O tremendismo não ajuda a compreender os fenómenos que surgem na vida social. Este mundo, pelo conhecimento que temos das injustiças e misérias que campeiam, não é um paraíso, pelo menos para os que lutam por uma sociedade onde a justiça social e o amor ao próximo sejam o lastro que gostariam onde assentasse as relações humanas. Trump é uma figura, pouco simpática a nossos olhos, escolhida pelos americanos para governar o seu país. Ainda não tomou conta do poder e todo o mundo, que acha que isto está tudo no bom caminho, lhe bate, algumas vezes de maneira irracional. Como a insegurança de parte do médio Oriente, onde a destruição dos edifícios e das pessoas parece não ter fim, e guerras pouco convencionais em diversas regiões do mundo, com uma NATO e uma ONU pouco intervencionistas, pareceria-me que seria de mais útil tentar melhorar essas situações, que tal como qualquer Pitonisa já estarem a prever mais erros e desgraças do mandato, ainda não iniciado, do presidente dos Estados Unidos. É que os comentadores, para provarem que têm razão, tudo farão para obscurecer todo o trabalho que possa ser realizado pela nova administração dos EUA. Seria bom dar o benefício da dúvida e que, para bem de todos nós, o homem não fosse tão mau como o pintam.

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