sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Trump radical!


Assisti pela CNN à inauguração da presidência Trump.Trump nunca pertenceu ou seguiu a política profissional. O Partido Republicano teve de o "engolir", depois de uma confrontação dura com vários oponentes. E depois venceu com outra campanha duríssima, a sua anterior amiga Hillary Clinton. Todos os mídia americanos estiveram contra ele. Foi (e continua) políticamente incorrecto. Mas venceu quando ninguém esperava. Claro que tem sido um elefante numa loja de porcelanas. Washington, a capital da política e dos lobbies estava hoje ainda em choque, quando Trump leu o seu discurso. Quando se calhar pensavam que ele mudar o discurso de campanha, devem ter ficado arrasados pela dureza das suas primeiras palavras. O seu lema será "America first", quer seja na política, nas relações externas, nos impostos, na indústria, na Economia. Todos serão bem-vindos, pretos, castanhos e brancos. Todos nasceram iguais perante o Criador. Vamos acabar com a carnificina nas cidades, reforçar a autoridade das forças da ordem, procurar a paz. Citei de cor algumas referências. Depois dirigiu-se a todos os americanos do interior, das cidades outrora industrializadas e hoje desertas dos seus operários, com a saída das indústrias para outros países. Daqueles que têm empobrecido, enquanto Washington e a sua classe política tem prosperado. As classes médias que têm sido arrasadas. Foi um discurso absolutamente radical, como nenhum outro presidente americano da minha geração jamais ousou proferir. E até um discurso com uma perspectiva de esquerda, dada a grande atenção aos mais desprotegidos aos desempregados e aos mais pobres. Confesso o meu espanto. Claro que a União europeia não vai gostar. Claro que os países da NATO que têm usufruído de apoio militar americano, terão a partir de agora de o pagar. Claro que a China vai estrebuchar, mas enfim, teremos uma lufada de ar fresco na velha maneira de fazer política. Talvez possa haver menos guerras, pois este homem é um negociante nato, um empresário. Não o estou sinceramente a ver atacar regimes e países só por razões ideológicas, ou para impôr-lhes regimes políticos "american made", como tantos anteriores presidentes republicanos e democratas têm feito nas últimas décadas.

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