Vão longe os tempos em que as bruxas eram queimadas na fogueira. Menos distante vai o tempo em que as ciganas liam a sina. As mais remotas, nunca adivinhavam quando a Inquisição as ia buscar. As mais recentes também não sabiam quando a polícia lhes batia á porta e no entanto sabiam tudo tal como as bruxas, perdão, as "doutoras" de hoje que tal como as de outrora nada sabem, nada descobrem, nada resolvem. Todavia, estes chicos e chicas espertos, especialistas em cartomancias e outras manigâncias, têm á mão uma autêntica autoestrada para explorar as fragilidades humanas, sejam elas de cariz intelectual ou moral, um autêntico massacre audio visual e escrito, uma apelação ao telefonema, ás chamadas de valor acrescentado, uma pressão doentia perante uma incompreensível passividade de um organismo dito de Alta Autoridade para a Comunicação Social, que nesta área como por exemplo nos concursos televisivos, não intervem, nada faz. O JN, em meados de Fevereiro publicou uma notícia interessante que terá passado despercebida a muita gente: as chamadas de valor acrescentado em que se incluem as "doutoras do além" e os concursos do "ligue, ligue" estão a cair a pique mas mesmo assim as receitas continuam a ser de muitos milhões, milhões que enchem os bolsos de muita gente, de apresentadores de pacotilha que gritam aos quatro ventos e fazem palhaçadas de bradar aos céus. Infelizmente esta triste novela é comum ao canal publico e aos privados. Sempre as mesmas caras, os mesmos apelos ao ligue, ligue, desgraças, crimes, páginas cor-de-rosa, máquina da verdade... uma diarreia verbal sem fim á vista, Tinha razão Charles Dickens quando disse : "Qualquer coisa que faça muito barulho, é satisfatório para a multidão" ...
Zulmiro Raimundo
Só posso dizer que o assunto é extremamente pertinente e, como tal, acho que todos nos congratulamos com mais este novo companheiro de escritas. Estes "doutores" e "professores" são efectivamente uma praga na exploração impune de incautos e ignorantes. Parabéns amigo Zulmiro!
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