segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018


Ainda o “inconseguimento” de D. Clemente


A propósito deste tema o JN colocou a três figuras públicas esta pergunta:
“Ao defender a abstinência sexual para recasados, a Igreja afasta-se dos seus fiéis?

Diz Clara Almeida Santos, Vice-reitora da Universidade de Coimbra:
“A leitura apressada de textos complexos dá quase sempre asneira. D. Manuel Clemente procura iluminar os sacerdotes (e fiéis) na compreensão dos sentidos da exortação do Papa Francisco Amoris Laetítia, propõe um enunciado denso no final do qual apresenta “algumas alíneas operativas”. Entre elas, surge a indicação para “não deixar de propor a vida em continência na nova situação”. A “nova situação” é uma relação após confirmação da validade do matrimónio anterior. Convenhamos: não é absolutamente justo que surja esta indicação no contexto em questão”?

Diz Fernando Gomes, economista, Director do FCPorto:
“Se esta fosse a opinião da Igreja, é claro que sim. Mas não é, como já se pode constatar pelas inúmeras reacções à nota pastoral de D. Manuel Clemente. A posição ultraconservadora do bispo de Lisboa contrasta com a tentativa de abertura da Igreja aos católicos divorciados e recasados iniciada pelo Papa Francisco. Há, felizmente, na hierarquia da Igreja portuguesa quem demonstre uma mentalidade bem diferente da do cardeal-patriarca”.

Diz Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto:
“Com estas orientações, mais do que afastar-se dos seus fiéis, parece-me que a Igreja não segue um caminho de atratividade de novos fiéis e promove o crescimento daqueles que eu designo como “fiéis não praticantes” (tendo consciência que em limite de purismo religioso esta “categoria” não existe). É claro que as doutrinas da Igreja a respeito das relações sexuais, representam tema muito sensível na sua relação com a sociedade, desde sempre, mas particularmente neste século XXI e na sociedade ocidental”.


Amândio G. Martins






2 comentários:

  1. Fernando Gomes, utiliza uma espécie de regionalismo bafiento, com o seu «bispo de Lisboa», para tentar desvalorizar que é o cardeal patriarca e a pessoa mais importante da hierarquia da igreja católica portuguesa.

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  2. Não me parece, senhor Ernesto, que Fernando Gomes quisesse "despromover" o cardeal; de resto, o próprio Francisco se designa "bispo de Roma"...

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