sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Em Bruxelas, no quentinho,…


… vivem uns senhores que vestem “mangas de alpaca”. Desconfia-se que trabalham para o sector do capital, sabendo-se que, do outro lado, estão os do “fato-macaco”, que, por causa do óleo e da ferrugem que trazem agarrados à vestimenta, não se podem sentar nas cadeiras acolchoadas das Comissões Europeias. Zelosos e fiéis ao que pensam ser os interesses dos seus “patrões”, esses burocratas não perdem oportunidade de, à sua maneira, e de acordo com as visões retorcidas pela vista cansada e pela miopia, baterem na eterna tecla de que baixar salários e regalias, a par de aumentar a precarização, é a melhor maneira de se engordarem os lucros. Bem se lhes pode esfregar no nariz que, ao contrário do que diziam, o aumento do salário mínimo pode coexistir com o crescimento do PIB e com a baixa do desemprego. Chego a pensar que nunca o hão-de perceber. Porquê? Porque não querem, engoliram umas patranhas neoliberais e pensam que sabem alguma coisa. O pior cego é aquele que não quer ver, já há muito se sabia. Ámen!

Público - 09.02.2018

2 comentários:

  1. A filosofia deles é que se os trabalhadores ganharem muito se tornam orgulhosos, mais difíceis de "domar"...

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  2. Começo pelo comentário do Amândio Martins: acho que o "nó" é mesmo esse que diz!
    Agora o José Rodrigues: como sou um europeu convicto e, mais (ou menos?...) que isso um desejoso dum federalismo, quero acreditar (também tenho crenças!) que esses neoliberais que ainda dão "bitaites" sobre o que referiu, são já uns resquícios do que não vai perdurar.
    PS: parabéns pela publicação do seu texto no PÚBLICO de hoje.

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