segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Onde se pode escrever?

Não é que nunca tenha pensado nisso mas o que ouvi, há dias, no "Eixo do Mal" da SICN, aqui me traz. Pedro Marques Lopes,de uma forma desabrida e "agressiva", acusou o "Correio da Manhã" (CM) de péssimo jornalismo, "tabloidizado", e juntou que "a culpa é dos traidores e colaboracionistas" (sic), personalizando os últimos em Pedro Santana Lopes e Assunção Cristas, que escrevem regularmente naquele jornal. Pergunta lícita?
Faço-a por que me veio logo à ideia um outro exemplo aparentado, que é o de Paulo Trigo Pereira, deputado independente pelo PS e professor de Economia, que, habitualmente, muito prezo na maior parte das coisas sobre que emite opinião e... escreve regularmente no "Observador". Dir-me-ão  que o CM é o exemplo de um mau jornalismo enquanto o "Observador" é "somente" um jornal conotado com a direita mais ideológica e, mais ainda, é o alfobre dos gurus dessa mesma direita, liderados pelo inefável José Manuel Fernandes e ainda por Rui Ramos. Justificação válida?
Tenho sérias dúvidas em emitir opinião. A nossa liberdade de a emitir deve ser sempre respeitada, mas o sítio onde se emite não conta? Respondo duma forma quase instintiva: se a minha contasse para alguma coisa não gostaria que viesse "escarrapachada" nem num nem noutro dos jornais atrás referidos. Somente por uma questão de "higiene"" pessoal...

Fernando Cardoso Rodrigues

2 comentários:

  1. Certezas são coisa que raramente tenho e, neste caso, pior ainda. Mas deixe-me dar a minha opinião, se bem que possa estar a meter foice em seara alheia, porque, na verdade, não conheço suficientemente o Correio da Manhã nem o Observador. Do primeiro, leio quase sempre, e só, a capa, porque me cai diariamente no e-mail. Do segundo, apenas um ou outro artigo que, de vez em quando, “mãos amigas” me enviam, às vezes por razões contraditórias.
    Estou com o Fernando, não gostaria de escrever em qualquer um deles (é bem verdade que nenhum deles precisa de mim para nada). Mas parece-me vislumbrar algumas diferenças que, aliás, o Fernando vai destapando. É que o CM é, claramente, um projecto interessadíssimo no vil metal e, por ele, faz tudo, incluindo atropelar as regras deontológicas, razão que leva Pedro Marques Lopes, jornalista profissional e, seguramente, amante da sua profissão, a destacá-lo pela negativa. Já o Observador, como diz, é um projecto ideológico, que terá os seus objectivos que, em meu entender, não serão pouco tenebrosos. Mas a esses é preciso dar luta no terreno das ideias (lembra-se do Rui Tavares?), o que talvez justifique (confesso que isto é especulação minha) Paulo Trigo Pereira.
    Custa-me ver, também, Santana Lopes e Assunção Cristas a chafurdar numa pocilga, e não quero “rebaixá-los” ao mero papel de “comerciantes da escrita”. Mas o CM paga-lhes, não é verdade? Tal como o Observador faz ao Paulo Trigo Pereira…
    A dúvida continua… mas o sítio conta. Sem dúvida.

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  2. O sítio conta, sim senhores, e não escondo a "maldade" de dizer que é mesmo o ideal para os dois referidos "esbanjarem" a sua sapiência. E penso que não lhes pagarão nada; é uma honra para eles poderem fazê-lo ali...

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