É AREIA DEMAIS PRÁ MINHA "CAMINETE"
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quinta-feira, 31 de março de 2022
A minha liberdade e a dos outros
Uma coisa que nunca me coube na cabeça como normal, são aqueles abusos cometidos por essa aberração chamada “piquete de greve”. Uma qualquer organização sindical decide que a melhor forma de conseguir melhorias para a vida dos seus representados é fazer uma greve; até aqui, desde que cumpra as regras estabelecidas na lei da greve, nada errado, se não viram outra forma de resolver.
Só que, chegado o dia da anunciada “jornada de luta”, formam-se à porta das empresas uns grupos agressivos cuja função é impedir, de qualquerr maneira, alguém que não concorda com a greve de aceder ao seu posto de trabalho, não olhando a meios, incluindo agressões verbais e físicas.
Há cerca de quinze dias que se verifica em Espanha uma greve de camionistas autónomos, constituídos numa plataforma para esse efeito formada, à margem das organizações de profissionais de transportes, as quais, dizem os tais autónomos, não os representam; o problema, para eles, é que o Governo só pode levar a sério as organizações devidamente reconhecidas, e os camionistas por conta própria fazem finca-pé, continuando a greve.
Mas como não têm olhado a meios, estropiando os camiões dos que insistiam em trabalhar, agredindo os motoristas, usando até armas de fogo para intimidar, já há dezenas deles detidos e a greve vai perdendo aderentes porque, pela forma como agiram, perderam também a razão, sobretudo porque o problema que enfrentam, para lá da carestia dos combustíveis, é a própria concorrência entre eles que, como são muitos, os produtores de bens que a eles recorrem para fazer a distribuição, “esmagam” os preços, levando a que, segundo afirmam, trabalhem a perder dinheiro...
Amândio G. Martins
terça-feira, 29 de março de 2022
Inusitado
A sem-cerimónia daquela agressão de Will Smith a um colega de profissão, ali na função de apresentador, numa tão “selecta” cerimónia, foi uma cena que, decerto, ninguém esperaria, e até me passou pela cabeça que pudesse ter sido combinada pelos dois, tipo golpe publicitário mas, realmente, para quê?
“Coisa de pretos”, terão dito os que odeiam a raça negra, delirando de gozo, até porque Smith, numa reacção imediata à chalaça de Chris Rock, parecia ter gostado, rindo como toda a plateia, o que não condiz nada não só com o soco como com a forma iracunda como, já sentado no seu lugar, explicou ao “amigo” por que lhe tinha batido.
Gosto destes dois actores, de estilos completamente diferentes, Smith no desempenho de situações “sérias”, e Rock em cenas mais “nonsense”, o que justificará ter sido convidado para aquele trabalho, onde os apresentadores costumam dar-se a liberdade de tentar fazer rir aquela seleccionada assistência...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 28 de março de 2022
Embuste pacifista
O embuste pacifista que sempre foi o dito Conselho Português para a Paz e Cooperação, uma coisa desde sempre tão desacreditada, que só por engano alguma personalidade de relevo lhe poderia juntar o seu nome, não perde nenhuma oportunidade para estrebuchar, não só a sua irrelevância na sociedade portuguesa, como o sectarismo que esteve na sua origem, quando a negregada União Soviética já caminhava a passos largos para o estertor que lhe pôs fim.
É que até a sua sigla faz lembrar aquela do mal-parido “Sol da Terra”. E o que se propõem agora as suas “pacifistas” luminárias? Tão simples como isto: Que o heróico e martirizado povo ucraniano se renda incondicionalmente ao sanguinário agressor russo, que já leva um mês a massacrar diariamente vidas e bens, barbaridade que o mundo livre vem condenando em uníssono e ajudando as vítimas, actos estes que, para os ditos conselheiros da paz, é que serão os responsáveis pela guerra... “Disgusting”!
Amândio G. Martins
domingo, 27 de março de 2022
Questionar e criticar a NATO não é ser russófilo
A visão maniqueísta sobre quem questiona ou crítica a NATO é ser adepto de Moscovo/Putin constitui um enorme disparate de políticos falhados ou submissos à agenda do momento(!).
Tempos de guerra(s)
Sem que se possa esquecer, por um único minuto, a invasão da Ucrânia e os seus horrores, é bom lembrar que a “guerra” do coronavírus-19 ainda aí paira. As duas desgraças distinguem-se, antes de mais, por uma se dever à vontade ditada por um homem em quem, infelizmente, se depositaram demasiados poderes, e a outra, como muitas pestes que assolaram a espécie, não ter sido directa e voluntariamente desencadeada por qualquer humano.
Durante dois anos, temos vivido o terror da covid, e, em ambiente de maior acalmia do que no início, vale a pena comparar estratégias de combate à mesma. Não para que se apontem dedos acusatórios a ninguém, mas para tentar absorver alguns ensinamentos. Em 2020, perante a “loucura” dos suecos, resistentes ao histerismo colectivo que invadiu quase todos os países ocidentais, nós “fechámos” o País. Obedientes às normativas das autoridades nomeadas ad hoc, cumprimo-las todas, sem sequer questionar a racionalidade de algumas delas. Como sempre, os portugueses, acossados, responderam em uníssono ao soar das trombetas.
Hoje, comparando populações de dimensões semelhantes, o número de mortos por covid-19 totalizava, há poucos dias, 21.545 em Portugal e 18.189 na Suécia. Valeram a pena tantos constrangimentos?
Público - 28.03.2022 (amputado do período sublinhado).
sábado, 26 de março de 2022
Da prepotência
TRÁGICAS IDIOTICES
Sendo as palavras polivalentes
Quem lhes abusar o significado
Apenas deixará no chão pisado
Rasto das ideias improcedentes.
Abusando das formas prepotentes
Num comportamento desmesurado
O que deixam atrás por todo lado
São destroços das doentias mentes.
Os que vão morrendo antes de morrer
Descanso eterno hão-de merecer
Os que deles se lembram serão poucos;
Num mundo cada vez mais sem sentido
Que para poucos será divertido
Ainda acabaremos todos loucos
Amândio G. Martins
quinta-feira, 24 de março de 2022
O crime compensa...
A GUERRA NA UCRÂNIA E A DIFÍCIL SAÍDA HONROSA PELAS ATROCIDADES COMETIDAS
Orivaldo Jorge de Araújo
Goiânia-Goiás-Brasil
24/03/2022
Qualquer governante sensato, conhecedor da
arte da guerra, antes de qualquer ação defensiva diante do inimigo mais forte, procura
preservar a população e a integralidade física de seu país através do recuo
estratégico, fazendo concessões, tentado acordos, assinando tratados, e ao mesmo tempo trabalhando nas sombras do
inimigo até que possa recuperar toda ou parte do que foi concedido, embora este
procedimento não seja bem visto pela grande maioria dos compatriotas,
geralmente desinformada, que os tem como traidores e covardes.
A história é pródiga em citar, no decorrer da
linha do tempo, que estes procedimentos salvaram várias nações do extermínio,
entre eles cito o que ficou marcado na minha mente, como um das mais sensatos:
a Suécia estava para ser impetuosamente esmagada pelo então invencível exército
de Napoleão, eis quando o parlamento decidiu procurar o imperador francês, com a proposta para que ele
designasse um de seu fieis generais para rei da monarquia sueca, sendo então
escolhido o general Jean
Baptiste Bernadotte, que, na dinastia levou nome de Carlos XIV. Ele era casado
com Désirée, primeira namorada de Napoleão. Este general (rei) teve
participação decisiva na batalha de Waterloo em 1815, que marcou a trágica
derrota do exército napoleônico, que tanto o tinha glorificado no passado,
pondo fim na era do domínio francês na Europa.
Por
outro lado, os tratados e acordos, sempre ditados pelos vencedores, têm no
decorrer do tempo contribuído para aumentar fortes descontentamentos nas
relações internacionais, entres vários podemos citar: o clamor pela devolução
da cidade de Gibraltar que a Inglaterra anexou da Espanha, e que esta devolva
ao Marrocos as cidades de Celta e Melila e restituía Olivença para Portugal;
que o México recupere o que lhe foi tomado pelos EUA, que por sua vez devolva à
Rússia o Alasca, cuja aquisição não foi bem explicada e compreendida até nos
dias atuais. A Polônia ainda sonha em ter de volta ao seu domínio a atual
cidade de Kalinigrado, enclave russo na divisa com a nação polonesa, no mar Báltico,
cidade que também faz parte dos planos mais remotos da Alemanha, por ter-lhe
pertencido num passado mais distante, sendo inclusive terra natal do grande filósofo
Kant. Nota-se que a geopolítica não é para amador, tais são as pendências existentes
no planeta.
O
presidente da Ucrânia, rapaz jovem, idealista e sonhador, tem admitido que a
resistência desproporcional, que está liderando, possa ser um ato heroico e
patriótico, mas a fria realidade tem-se mostrado em contrário, pela destruição
e enormes sacrifícios impostos à população. Foi estimulado pelas nações
ocidentais neste desvairado ato de resistência e acabou ficando sozinho nesta
empreitada, contando apenas com atos de solidariedade, sem zona de exclusão aérea,
promessas de aviões e armas modernas não acontecendo, pois A OTAN (NATO) tem
receio de que todo armamento caia na mão dos russos, pela desproporção de
forças envolvidas. Urge que o presidente Zelensky faça um
acordo mesmo que lhe seja desfavorável no momento, deixe para os próprios
russos a tarefa de derrubarem o Putin do poder, contrariados que estão com as
severas sanções econômicas impostas ao país.
Chamaremos esse recuo estratégico como ato de coragem
para salvar a nação, poupando, assim, muitas preciosas vidas, até o
enfraquecimento do inimigo face às dificuldades econômicas que já se podem
antever no radar do “after day”.
RELIGIÃO E MORAL
Máquina infernal
Esta implacável máquina capitalista que atormenta os povos, a toda a hora faz demonstrações da sua bestialidade: um dia dizem-nos que os juros sobem a três, a cinco e a dez anos; no dia seguinte, que baixam a três, sobem a cinco e a dez; no outro, sobem a três e a cinco e baixam a dez, sem que ao simples mortal seja dada para isto uma explicação entendível.
Todos sabemos que existem, nos países produtores, enxurradas de petróleo, as máquinas para o extraír das profundezas não pararam de trabalhar, mas qualquer pretexto serve para que as cotações, em poucos dias, aumentem de forma escandalosamente artificial, passando de sessenta para cento e vinte o barril, atrapalhando as economias dos que não produzem aquela energia.
O dito ”Novo Banco”, dizem as notícias, já começou a dar lucro, podendo dispensar, no entendimento de muita gente sabedora - até do governador do BP, que deve ter esquecido o contrato que assinou - mais injecções de dinheiros públicos; só que aquele Ramalho, que o patrão americano terá escolhido a dedo para defender os seus interesses, não os de Portugal, cumpre bem a tarefa de que foi incumbido, perante quem lhe paga chorudas alcavalas, para lá do “ordenadozinho” mensal, e já fez saber que são precisos mais uns centos de milhões, e restam poucas dúvidas de que irão sugar até ao último cêntimo a que julguem ter direito porque, senão, lá da América, mexem os cordelinhos nos famigerados “mercados” e a coisa acaba por nos saír muito mais cara...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 23 de março de 2022
Joga pedra na Geni…
Putin decidiu uma acção criminosa contra a Ucrânia e está a perpetrá-la metódica e cruelmente. Nunca merecerá perdão e, tenho a certeza, há-de pagar pelos seus actos, bem como os correligionários próximos, arrastando consigo o povo russo para um futuro de imenso castigo, à maneira de Dostoiévski. A alguns, basta-lhes esta verdade, como se ela encerrasse definitivamente o assunto, numa espécie de reedição do “fim da História”, negando o passado, como Fukuyama negou o futuro. Aos que não se resignam a este empobrecido raciocínio, pode acontecer serem acusados de se arvorarem em “vítimas” do “pensamento único”, como fez o Director do PÚBLICO, no seu editorial do passado dia 21, amalgamando num caldeirão esquisito o “PCP e os que se contorcem com as dificuldades em condenar a agressão da Rússia”. Não pertenço a nenhuma dessas classes e, no entanto, sinto no ar o “cheiro” desse “pensamento único”. Entretanto, ao mesmo tempo que nos verberamos mutuamente, os mortos multiplicam-se.
Público - 25.03.2022
terça-feira, 22 de março de 2022
Esperança viveu, acabaram-se as balas...
TEMPOS SOMBRIOS
Causando insegurança na Terra
Muitos poderosos não se comovem
Nos feios interesses que os movem
Escudam-se na máquina de guerra.
O que da juventude se espera
É que na “fluidez” da vida jovem
Consigam perceber no que consomem
O que a formatação lhes sonega.
Tudo à sua volta é programado
Para levá-los mansos como gado
Aonde ao calculismo interessa;
Aos que demorem a perceber isso
Bem podem depois bater no “toutiço”
Que nada do que perderam regressa!
Amândio G. Martins
Aqui há tempos um alto funcionário da câmara de Lisboa facultou à embaixada da Rússia os dados de cidadãos russos .
segunda-feira, 21 de março de 2022
A Rússia será um Estado pária!
O presidente russo, V. Putin pretende expandir-se até posições fronteiriças semelhantes às
Olhar refugiados como vândalos
Quando por todo lado se vê generosidade no acolhimento dos refugiados da guerra assassina, que a ditadura russa inflige a ucranianos, com tantos particulares a disponibilizarem espaço nas suas próprias habitações, um elemento da Comissão Fabriqueira da paróquia viseense de Silgueiros opôs-se a que uma residência paroquial vazia possa ser usada por aqueles desalojados.
De facto, segundo se lê no JN, apesar do apelo das dioceses para que as paróquias cedessem espaços vazios para aquele fim, bastou a má vontade de um elemento para que o pedido do bispo ficasse ali sem efeito; alega aquele “zelador” dos interesses da paróquia ter medo que lhe “vandalizem” a casa que, acabadinha de restaurar, será boa de mais para gente tão carente, para a qual, no seu alto entendimento, servirá muito bem qualquer curral!...
Amândio G. Martins
domingo, 20 de março de 2022
Poderíamos ser nós...
É a maior crise de refugiados na Europa, desde a II Guerra Mundial, a que se verifica na saída
Para quem acredite em milagres...
...Estará a desonrolar-se um interessante caso de estudo, qual seja o de um líder de cabeças rapadas e anjos do inferno, há muitos anos no radar das autoridades e, até agora, com a liberdade condicionada por reiterados atentados de todo o tipo à liberdade e sã convivência interracial na sociedade portuguesa, ter convencido um magistrado de querer ir prestar auxílio humanitário na Ucrânia.
Quem saberá se levado pela propaganda putinesca, que a Ucrânia é governada por nazis, aquele famigerado Machado logrou que o deixem saír do país. Que um ser humano normal tenha capacidade para se redimir das coisas feias praticadas, eu sou dos que acreditam nisso, mas que um elemento com as "qualidades" de carácter que este tem revelado possa vir a demonstrar algo semelhante, eis o que não deixará de me surpreender...
Amândio G. Martins
sábado, 19 de março de 2022
O TRABALHO DÁ MUITA CANSEIRA...
sexta-feira, 18 de março de 2022
Pais equivocados
As pessoas medianamente informadas sabem que uma grande parcela das doenças que nos afligem, radicam naquilo que comemos e bebemos, sua qualidade e quantidade; assim, reveste-se da maior importância a educação para uma alimentação saudável, cabendo às escolas um importante papel nesta problemática, desde logo naquilo que servem aos jovens nas suas cantinas.
Mas de nada servem os cuidados dos responsáveis da educação, se os pais se divertem a “sabotar” qualquer programa alimentar dirigido à juventude, com a mesma irresponsabilidade com que agridem professores e auxiliares nas escolas; de facto, segundo noticia o JN, com palavras dos directores escolares, “os pais põem nas lancheiras alimentos que são vedados nos estabelecimentos ou dão aos jovens dinheiro para “fast food”...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 17 de março de 2022
DISCO VOADOR E A GUERRA
Orivaldo Jorge de Araújo
Goiânia-Goiás-Brasil
17/03/22
DISCO VOADOR, antiga música sertaneja (raiz)
brasileira, carregada de simbolismo, a qual o presidente russo, Putin, deveria ouvi-la
e refletir sobre os malefícios que estão sendo impostos ao sofrido povo
ucraniano, pondo em risco, como consequência, o nosso já judiado planeta azul,
este oásis sideral que singra as infinitas profundezas do Universo, numa sagrada
trajetória marcada pelo relógio da eternidade.
Infelizmente, os atuais
senhores da guerra, incluindo os fabricantes de armas, são equiparados aos
primitivos que viviam em um Estado Natural, caracterizado por guerra perpétua, cujas
particularidades foram bem definida pelo grande filosofo inglês Thomas Hobbes,
em suas célebres frases: "Bellum omnia contra omnes” (a guerra de todos contra todos) e “homo homini lupus"
(O homem é lobo do homem).
Um mal-entendido trágico
Saúda-se, em nome do pragmatismo e a bem da paz, a renúncia de Zelenskii às pretensões ucranianas de aderir à NATO, uma das posições de princípio que Putin sempre lhe opôs. Pelos vistos, o Presidente da Ucrânia interpretou mal, durante anos, os estímulos ocidentais à aproximação da NATO, que lhe foi acenando com portas supostamente escancaradas, e acabou a reconhecer agora o erro de avaliação.
Em cima dessa convicção errada, Zelenskii, na sua boa-fé, colocou a crença de que qualquer país soberano tem todo o direito de se associar às organizações que muito bem entender. Acontece, no entanto, que existe uma “coisa” chamada realpolitik, incontornável para o bem e para o mal, que condiciona a vida dos países.
Basta pensar, por absurdo, que Portugal, em 1975, num “desvario gonçalvista”, poderia ter pretendido aderir ao Pacto de Varsóvia. Ser-lhe-ia permitida tal “extravagância”, mesmo que no exercício do seu absoluto direito de país independente?
A coragem e o orgulho ucranianos, perfeitamente legítimos, podem ter sido louváveis, mas, na realidade pura e crua, não deram em nada, e, até ver, ficaram demasiadamente caros em vidas e sacrifícios. Ser-se pragmático não é ser-se cobarde.
quarta-feira, 16 de março de 2022
PELA PAZ, CONTRA A GUERRA
Fome de palco
FRANCO-ATIRADORES
Daquela gente a pretender que sabe
Àquela outra que nem sabe o que diz
Se fosse traçada uma bissetriz
Como distorcem a realidade...
Se menosprezam tanto a verdade
Sempre metem no que não sabem nariz
Se treinassem mais a escrever com giz
Talvez modificassem a vontade.
Sempre misturam alhos com bugalhos
Guardados no baú dos retalhos
Nada relevante dali pode vir;
Repetem sem parar a mesma treta
Impingindo-a como coisa certa
A gente só pode escangalhar-se a rir...
Amândio G. Martins
terça-feira, 15 de março de 2022
domingo, 13 de março de 2022
Uma coisa "safadita" ?
Não entendi bem aquela preocupação do líder da comunidade judaica do Porto, perante as dúvidas que lhe foram sendo apresentadas, no caso da nacionalidade portuguesa concedida ao oligarca russo Abramovich – para a qual terá fornecido a indispensável documentação - que este apelido quer dizer “filho de Abraão”, porque ninguém pôs em causa que o senhor seja judeu, embora filho de Abraão também eu, como cristão, me possa reivindicar, como qualquer muçulmano também, já que ele é o patriarca comum venerado nos escritos das três religiões monoteístas.
A questão é se terá ou não havido “marosca” para o justificar perante as autoridades portuguesas como descendente de judeus sefarditas, aquela “linhagem” de judeus que, por ter sido injustamente expulsa pela Inquisição, os Estados reconhecem agora que foram injustiçados, podendo eles, se o quiserem, recuperar esse direito, com os cuidados necessários para que não sejam abertas portas a mais malandragem...
Amândio G. Martins
Pode ser-se anti-Putin sem glorificar a NATO?
Respondo à pergunta do título: pode. Considero Putin um criminoso perigosíssimo, mas não quero sentir-me coagido a fechar os olhos aos tremendos erros e faltas de cumprimento por parte da NATO e de grande parte dos seus países-membros, com os EUA à cabeça, sobretudo depois da queda da URSS. Não tenho espaço para os enumerar, mas todos os de boa-fé os conhecem.
É curioso que, em Portugal, a discussão da “questão ucraniana” esteja sub-repticiamente a deslizar para a acusação polarizadora do “quem é por quem”, como se, assim, se atenuasse a catástrofe humanitária já iniciada e com tendência para crescimento exponencial. A brutalidade da agressão russa à Ucrânia suscita alguma discussão? Não a mim. Mas existe o risco dos que sentem algumas dúvidas quanto ao comportamento da NATO serem acusados de “aliados do inimigo”, como fatal resultado de um imaginário plebiscito moldado em “pensamento único”.
Ficando-me por João Miguel Tavares e António Barreto, já vamos nos “russófilos”, “iliberais”, “espíritos perturbados”, “gente menor”, “charlatães do pensamento”. Ainda não chegámos às “bruxas”, mas talvez convenha começar a caçá-las…
Público - 14.03.2022 (truncado das partes sublinhadas).
sábado, 12 de março de 2022
Não é «operação especial» é guerra de ocupação
Os impiedosos ataques à Ucrânia, sob a cínica
sexta-feira, 11 de março de 2022
Podem "limpar as mãos à parede"
O “Partido Popular” em Espanha acaba de engolir um sapo bem indigesto, ao ver-se obrigado, pela primeira vez, a dar a "Vox" honras de Governo, na comunidade da Castilla y León, porque a alternativa seria novas eleições, já que os socialistas não se quiseram meter naquilo; de facto, aquele desejo de governar sem depender de outros, que os fez terminar a coligação com “Ciudadanos”, se reduziu a um único eleito este partido, fez crescer os extremistas de Direita ao ponto de exigirem o que agora conseguiram: A presidência do Parlamento autonómico, uma vice-presidência no Governo e mais trê pastas na governação.
Alberto Feijóo, que se prepara para tomar conta do PP, “desculpa-se” com o facto de o PSOE não ter querido colaborar numa solução diferente, e novas eleições pareceram-lhe um despropósito perante o eleitorado, mas os remoques chovem de todo o lado, até do PPE, com Donald Tusk a classificar aquilo de “acontecimento triste”, terem aberto as portas de um Governo àquela gente extremista, que ainda agora, no Congresso nacional, votou contra a investigação à pedofilia na igreja católica.
Desde o famigerado Franco, passando por Manuel Fraga e Rajoy, a Galiza fornece agora mais um líder nacional para governar Espanha, e dizem alguns comentadores que se enganam aqueles que dizem de Feijóo que é um moderado; para começar, quando aceitou vir a liderar o partido, soou bem a demarcação que fez de Casado e sua equipa, na terminologia usada contra os socialistas: “No vengo para insultar Sánchez, sino para derrotarlo”...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 10 de março de 2022
GOSTEI DE VER:
Putinices
1
quarta-feira, 9 de março de 2022
Homenagem à Mulher
INTEMPORAL
Tu eras o “repouso do guerreiro”
Eufemismo para a escravatura
Pretendiam disfarçar tanta agrura
Com lengalenga de tom chocarreiro.
Da melhor comida tinhas o cheiro
Para que à prepotente figura
Não faltasse nada na “manjedoura”
A comer tinha que ser o primeiro.
Mandava-te cozinhar a galinha
Talvez sobrassem para ti uns restos
Nem a fome dos filhos o detinha;
Se noutro tempo foi coisa mesquinha
É enorme haver hoje tais burgessos
Numa parte do povo que definha!...
Amândio G. Martins
Cuidado, cheira a gás
Que pensará um ucraniano ao conhecer as declarações de Olaf Scholz, chanceler alemão, de que não se pode parar de repente com as importações de gás e petróleo da Rússia? Entretanto, Biden já “decretou” a proibição absoluta de importação de petróleo russo. Confundidos pelas circunstâncias também ficarão todos quantos sabem da existência de embargos diversos impostos pelos EUA à Venezuela, quando, agora que as sirenes tocam em Kiev, os “castigadores” se apressam a enviar a Caracas uma delegação para “oferecer” o alívio de algumas dessas gravosas medidas, de forma a tornar possível a retoma das compras de petróleo.
Enfim, coisas que o capital exige, mas sem conseguir explicar. Tudo isto misturado com a solidariedade imparável dos cidadãos europeus para com os ucranianos não cheira bem. Cheira a gás.
terça-feira, 8 de março de 2022
hoje é DIA INTERNACIONAL DA MULHER
segunda-feira, 7 de março de 2022
Louvo a parte do mundo que me calhou
A unidade dos povos do mundo livre em socorro da Ucrânia deve ser motivo de orgulho de todos os que prezam a liberdade; é que “mundo livre” não é eufemismo, apesar dos muitos defeitos de que ainda padecem as suas sociedades. De facto, perante sociedades com regimes como o chinês, russo e seus satélites, temos bons motivos para nos orgulharmos da parte do mundo a que pertencemos.
O psicopata russo, que começou por informar o mundo que tinha ordenado uma “missão militar especial” à Ucrânia, cujos objectivos eram anular a capacidade militar deste país, sendo poupadas as populações civis, vendo que não estava a ser recebido de braços abertos pelos ucranianos, como tinha calculado, decidiu arrasar tudo, tendo agora o desplante de avisar os patriotas ucranianos que, se continuarem a resistir, ameaçam o seu futuro como nação, e carregarão isso na consciência!
Os ucranianos sabem bem qual o futuro desenhado pela camarilha russa para a Ucrânia: eliminar o seu governo democraticamente eleito e colocar no seu lugar uns fantoches putinescos daquela ditadura. Felipe Gonzalez, velho socialista espanhol, entrevistado ontem pelo jornalista catalão Jordi Évole, dizia que só um levantamento do povo russo poderia travar Putin, mas como isso não será possível, porque os séculos de submissão em que aquela gente viveu lhes moldaram o carácter, as forças russas só sairão da Ucrânia por cima de um rasto de terra queimada...
Amândio G. Martins
domingo, 6 de março de 2022
E a Lógica, senhores?
Diz-se que a verdade é a primeira vítima da guerra, mas, a par com ela, vai em derrocada o pensamento racional. Face aos acontecimentos terríveis na Ucrânia, de que temos relato ao minuto, as peças não encaixam dentro das regras lógicas que julgávamos eternas e definitivas. Nada bate certo no alinhamento e arrumação que, para compreender o mundo, fazíamos habitualmente.
É verdade que, desde o desmoronamento da URSS, já muita coisa não batia certo. Partidos ditos de esquerda, alguns deles comunistas, manifestavam apoio a um dos países mais corruptos, mais ferozmente capitalista. Percebe-se que esse apoio não passava de enfileiramento com os “inimigos dos nossos inimigos”, um princípio altamente questionável, mas que ameaça exponenciar-se em sentido contrário.
Assistimos, no passado recente, a sucessivas investidas sobre populações indefesas, tanto ou mais que a ucraniana, com sofrimentos televisionados tão chocantes como os que estamos a ver. Diferença fundamental: esta, agora, é ao pé da porta, vê-se da janela, é na Europa.
Acabaram os encadeamentos lógicos. Excepto um, o da condenação quase unânime do mundo à invasão da Ucrânia, sangrenta e inqualificável à luz do humanitarismo, que parece ter agora acordado, tendo estado adormecido durante intervenções igualmente usurpadoras da integridade territorial e populacional de outros países.
Os conceitos estão baralhados. Dissemina-se a ideia de que o pacifismo, neste momento da História, é o belicismo, desde que contra Putin. Que há de mais irracional do que incentivar as populações a armarem-se, suicidariamente, com "cocktails Molotov”, ou exortar os países poderosos a alimentarem a capacidade bélica ucraniana, em nome da Paz? Onde cabe, aqui, o ideal de pacifismo de Gandhi?
Embora o compreenda, incomoda-me o unanimismo acrítico que se gerou em torno da “questão ucraniana”. Ninguém deixa de condenar a barbaridade da invasão, mas não entendo esta comunhão intelectual na ideia de que tudo o que há a discutir é Putin ter invadido um país soberano e estar a matar ucranianos, e de que quem não pensa de forma tão simplista tem de ser metido na gaveta dos indesejáveis, sem direito a opinião. Nesta matéria, eu aceito tudo, menos sentir-me “castrado” no pensamento.
sábado, 5 de março de 2022
Complexo de inferioridade
A História mostra-nos figuras de aspecto insignificante que, como o actual ”Czar” russo, foram capazes das maiores atrocidades, cuja raíz é o seu evidente complexo de inferioridade; do nada viram-se detentores de um poder avassalador, mas sem a menor preparação para saber como usar esse poder, e enfrentar as consequências do seu uso indevido.
O povo russo está impedido de saber o que realmente está a ser feito na Ucrânia, porque os seus meios de comunicação estão proibidos de o relatar, e aqueles mais lúcidos que, pelas mais diversas vias, conhecem a verdade, se a transmitem a outros não são acreditados, porque a “verdade” oficial é aquela a que os que apoiam Putin dão credibilidade.
Ouvi ontem numa televisão espanhola um ucraniano dizer que falou com uma irmã que vive na Rússia, a quem contou o que as tropas deste país estavam a fazer à sua pátria, e a irmã não só não acreditou como ficou zangada com ele, por fazer afirmações falsas, que o presidente russo também tinha falado nisso, que os russos nunca seriam capazes da tanta maldade, que é tudo mentira do Ocidente...
Amândio G. Martins
sexta-feira, 4 de março de 2022
COMÉRCIO LOCAL EM VEZ DE COMÉRCIO TRADICIONAL NO PORTO
Pequenote e malvado
INFÂMIA
O que se abateu sobre a Ucrânia
Povo por todo o lado respeitado
Causou indignação contra o agravo
Por se tratar de revoltante infâmia.
O agressor mente frente à câmara
Que o outro é nazi e drogado
Quando é ele o alucinado
Fingindo ter intenção “magnânima”.
Ao poder que mostra para destruír
Vai opor-se a força de reconstruír
A vida dum povo injustiçado;
E não vai poder esperar compaixão
Todo o mundo lhe conhece a perversão
Como mente do cadeirão dourado!...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 2 de março de 2022
Excesso de zelo
A infâmia que se abateu sobre o povo ucraniano tem gerado legítima revolta por todo lado, onde os apoios a esse povo sofredor revelam que o ser humano ainda conserva a sua humanidade, que não se esconde perante o sofrimento do seu semelhante; mas é triste que também haja quem não consiga separar as coisas, e que gente boa, só porque tem nacionalidade russa, seja discriminada e ofendida por actos de que não é responsável e também condena.
De facto, segundo li no JN, tem havido actos condenáveis contra pessoas de nacionalidade russa que cá vivem e trabalham, por parte daqueles que não conseguem discernir de onde vem a maldade, que as ofensas aos russos que connosco convivem, além de revelarem desiquilíbrio de quem as pratica, em nada ajudam ucranianos...
Amândio G. Martins
terça-feira, 1 de março de 2022
Tirem a bota cardada da Ucrânia
Aquando do desmantelamento do Pacto militar de Varsóvia, a Leste da Europa, o mesmo se tinha exigido à Nato, numa perspectiva de desanuviamento, que não foi cumprido(!). O Povo, neste caso - os soldados é que vão para a guerra servir como carne para canhão! A ocupação do imperialismo russo na Ucrânia, país soberano, é barbara e criminosa. A Guerra Fria está de volta, o enfrentamento, que deixa um rasto de crimes de guerra! De morte.