Em tempos tão conturbados como os que vivemos, é quase
sacrilégio (pelo menos, desperdício) falar aqui de futebol. Mas ele existe e
tem importância crescente no país e no mundo.
O fenómeno dos debates entre comentadores (especialistas?)
não é de hoje, e vem ocupando todos os espaços do espectro informativo
nacional, pelo que, de vez em quando, é conveniente alguém vir lembrar que há
vida para além do comentário futebolístico, ou daquilo em que o transformaram
tantos opinadores. Uma grande parte desses senhores, adeptos orgulhosos dos
três grandes clubes, não se deram ainda conta de que esturram o seu tempo e o
dos outros maioritariamente com débitos opinativos que pouco ou nada têm a ver
com o futebol em si, esse jogo maravilhoso que tanto me apraz no interior das
quatro linhas.
O futebol jogado foi apoucado relativamente à actuação de
um interveniente que, por sinal, não sabe jogar à bola pois, se soubesse, era
ou teria sido jogador e, por isso, limita-se ao papel de árbitro, o eterno
grande responsável pelas frustrações de cada um. Excepto alguns (poucos)
jogadores, não há dirigentes, treinadores, adeptos, comentadores (credenciados
pelo clube), que sejam capazes de aceitar a derrota como “culpa” sua,
endossando-a sempre para o juiz. De mim, já farto, podem contar com a
mudança de canal televisivo, estação radiofónica ou página de jornal sempre que
aparecerem. A paciência tem limites.
Público - 02.01.2017 - amputado da parte sublinhada
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