Em 2005, o PÚBLICO lançou uma coleção intitulada «Os Poemas da Minha Vida». Dois dos volumes que adquiri foram, justamente, a seleção de poemas feita por Mário Soares (o 1º volume da coleção) e por Marcelo Rebelo de Sousa.
Na passada terça feira, nos Jerónimos, no seu discurso de homenagem a Soares, o presidente da República elogia Soares da melhor forma, ao citar Ricardo Reis, num dos seus poemas preferidos : "Para ser grande, sê inteiro (...) Sê todo em cada coisa. Põe quanto és /No mínimo que fazes.(...)". Quanto a mim, é a melhor forma de se ter vivido e de ser lembrado pelos outros...
Para além dos poemas, guardo comigo outra coisa de Mário Soares : um apelo ao direito à nossa indignação, a dos portugueses; um convite a usarmos a "arma do voto, de modo a alterar, pacificamente, a realidade presente"; a termos uma cidadania ativa e a saber aplicar essa "maturidade política " para "distinguir o trigo do joio, em termos políticos". Mário Soares escreveu assim, em 2011, no prefácio de Indignai-vos! do francês Stéphane Hessel (1917-2013) que, se estivesse vivo, ouviria a voz límpida de Mário Soares nos Jerónimos e no Cemitério dos Prazeres pela última vez, numa cerimónia muito especial, bonita e memorável.
(JN, 17-1-2017, com edição pela redação do JN)
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