sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O LEGADO DE OBAMA



A sua aparente simpatia, simplicidade e boa oratória, facilitaram a imagem inofensiva que a omnipresente máquina mediática dele criou. Mas jamais impunemente se passa pelo comando supremo da maior potência imperialista mundial. Portanto, Barak Obama, deixa atrás de si um imenso rasto de desgraça, dor e infelicidade, resultado das guerras que assolam o mundo. Todas têm a chancela do país que liderou durante oito anos. Direta ou indiretamente. Ucrânia, Iraque, Líbia, Síria. E foram elas, principalmente a do Iraque, que fomentaram, que foram o catalisador de Organizações fanáticas e criminosas como a Al Qaeda ou o auto-denominado Estado Islâmico.
Acresce ainda mais dois fatores importantíssimos e menos conhecidos. Um, que ameaça a paz mundial e já causou o recomeço da corrida aos armamentos, e outro de uma enorme perversidade. O primeiro é o reforço da NATO e as bases anti-misseis junto das fronteiras da Rússia e até da China que visam neutralizar aqueles países e torná-los vulneráveis ( com a consequente resposta dos visados. Daí o recomeço da corrida aos armamentos). O outro fator, é a utilização de drones. Aviões não tripulados comandados a milhares de quilómetros, visando objetivos em qualquer parte do mundo, cujos danos colaterais são pessoas e bens absolutamente inocentes. Monstruosos, perversos e cobardes crimes.
Temos ainda a hipocrisia. A imensa hipocrisia. Diabolizam-se líderes como Saddam Hussein, Kadafi, Bashar al-Assad que se eliminam com o pretexto de serem ditadores, com o pretexto dos direitos humanos, e tem-se relações privilegiadas com as piores ditaduras confessionais como a da Arábia Saudita ou do Catar, onde se pratica uma justiça desumana, medieval, onde a mulher é escrava e um mero objeto.
Seria injusto e sectário não referirmos também o que Obama deixa de positivo: a abertura com Cuba, o acordo com o Irão e o Obama Care. Mas a parte de leão, é o rol acima descrito. O rol que Obama desfiou durante os seus dois mandatos.
A terminar, ainda mais duas coisas positivas: a sua previsibilidade, o senso e a responsabilidade de não ter carregado no botão nuclear. Com Trump, não podemos contar com isso…
Francisco Ramalho
Corroios, 13 de Janeiro de 2017


1 comentário:

  1. Ao contrário de si, o que acho ser mesmo "a parte de leão" é, acima de todos, o Obamacare mas também os acordos com Cuba e o Irão.Quanto ao senso e responsabilidade ( que não são nada despiciendos) talvez o Trump não vá mesmo necessitar deles... pois estará bem respaldado ( e geminado em/com Putin)... e vice- versa. Para mal dos nossos pecados...

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