A
sua aparente simpatia, simplicidade e boa oratória, facilitaram a
imagem inofensiva que a omnipresente máquina mediática dele criou.
Mas jamais impunemente se passa pelo comando supremo da maior
potência imperialista mundial. Portanto, Barak Obama, deixa atrás
de si um imenso rasto de desgraça, dor e infelicidade, resultado das
guerras que assolam o mundo. Todas têm a chancela do país que
liderou durante oito anos. Direta ou indiretamente. Ucrânia, Iraque,
Líbia, Síria. E foram elas, principalmente a do Iraque, que
fomentaram, que foram o catalisador de Organizações fanáticas e
criminosas como a Al Qaeda ou o auto-denominado Estado Islâmico.
Acresce ainda mais dois fatores importantíssimos e menos conhecidos.
Um, que ameaça a paz mundial e já causou o recomeço da corrida aos
armamentos, e outro de uma enorme perversidade. O primeiro é o
reforço da NATO e as bases anti-misseis junto das fronteiras da
Rússia e até da China que visam neutralizar aqueles países e
torná-los vulneráveis ( com a consequente resposta dos visados. Daí
o recomeço da corrida aos armamentos). O outro fator, é a
utilização de drones. Aviões não tripulados comandados a milhares
de quilómetros, visando objetivos em qualquer parte do mundo, cujos
danos colaterais são pessoas e bens absolutamente inocentes.
Monstruosos, perversos e cobardes crimes.
Temos
ainda a hipocrisia. A imensa hipocrisia. Diabolizam-se líderes como
Saddam Hussein, Kadafi, Bashar al-Assad que se eliminam com o
pretexto de serem ditadores, com o pretexto dos direitos humanos, e
tem-se relações privilegiadas com as piores ditaduras
confessionais como a da Arábia Saudita ou do Catar, onde se pratica
uma justiça desumana, medieval, onde a mulher é escrava e um mero
objeto.
Seria
injusto e sectário não referirmos também o que Obama deixa de
positivo: a abertura com Cuba, o acordo com o Irão e o Obama Care.
Mas a parte de leão, é o rol acima descrito. O rol que Obama
desfiou durante os seus dois mandatos.
A
terminar, ainda mais duas coisas positivas: a sua previsibilidade, o
senso e a responsabilidade de não ter carregado no botão nuclear.
Com Trump, não podemos contar com isso…
Francisco
Ramalho
Corroios,
13 de Janeiro de 2017
Ao contrário de si, o que acho ser mesmo "a parte de leão" é, acima de todos, o Obamacare mas também os acordos com Cuba e o Irão.Quanto ao senso e responsabilidade ( que não são nada despiciendos) talvez o Trump não vá mesmo necessitar deles... pois estará bem respaldado ( e geminado em/com Putin)... e vice- versa. Para mal dos nossos pecados...
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