Mário
Soares, é considerado pela comunicação social dominante, pelos
seus detentores, restantes donos disto tudo ,e pelos denominados
partidos do arco do poder que os representam, como o pai da
democracia. Como a democracia, tem sido condicionada por esta ínfima
minoria que detém o poder económico e político,não será mais
correto dizer-se que MS é efetivamente o pai da democracia, mas,
desta democracia? Desta
democracia
onde o aparelho produtivo foi quase desmantelado, onde os sectores
vitais da economia ( bancos, seguradoras, telecomunicações,
combustíveis, latifúndios, etc.) foram privatizados e entregues, em
grande parte, até a capitalistas estrangeiros,onde as assimetrias
sociais são brutais e chocantes. É esta, a democracia responsável
por este estado deplorável a que o nosso país chegou. E os
responsáveis são os tais 3 partidos do denominado arco do poder,
onde o PS,por ser o mais representativo,tem a maior parte da
responsabilidade. A sua chancela está em todas as grandes decisões
que a isso conduziram. E como MS, é o seu principal fundador e
mentor, daí, muito justamente ,ser denominado o pai da democracia.
Mas,repetimos; desta democracia.
A
vida política de MS divide-se em duas partes. A primeira até ao 25
de Abril, que se caracterizou pela sua afronta ao fascismo que inclui
a defesa jurídica de outros anti-fascistas, e depois daquela data
libertadora, onde se opôs ao avanço da revolução. O acontecimento
mais marcante, foi o comício da Fonte Luminosa, onde MS e o seu
partido, o PS, se juntaram a todas as forças reacionárias até à
extrema direita,contando ainda com apoios estrangeiros nomeadamente
dos EUA e da então Alemanha Federal.
É
verdade que MS, nos últimos anos criticava a fase ainda mais
predadora a que o capitalismo chegou. A fase monopolista. Mas quem é
que lhe franquiou as portas?
Portanto,
pai da democracia, sim!Mas ,desta democracia.
No
entanto, evidentemente, lamentamos a sua morte.
Francisco
Ramalho
Corroios,
10 de Janeiro de 2017
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