quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O POETA QUE VIVEU COMO POETA

Morreu o meu amigo poeta Armando Ramalho. O Ramalho foi um poeta que viveu como poeta. Fora das modas, fora do circo. Vendia e oferecia poemas pelos cafés, especialmente pelo Pátio em Vila do Conde. Fazia os seus próprios livros e cadernos de poesia. Tinha uma escrita visceral, vulcânica mas era um homem de afectos, de ternura. Viveu como um fora da lei, como um vadio de Agostinho da Silva. Poderia ter sido reconhecido como um Luiz Pacheco, como um Cesariny. Mas preferiu ficar ao balcão do Pátio a fumar cigarros. Foi assim a última vez que o vi. Do lado de lá do balcão estava o Ramiro.

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