Já por duas vezes, aqui e noutro local, apelei ao SPD (Partido Social Democrata) alemão para ser lúcido na sua mundividência, nacional mas, acima de tudo, cosmopolita, aceitando fazer parte dum coligação com a CDU no governo da Alemanha. Tal como esperava, o Sr. Martin Schultz, que partiu dum rejeição inicial a esta tese, "pensou melhor" e decidiu-se a aceitá-la, aparentemente com a concordância do partido. E até terá chegado a acordo prévio com Ângela Merckel.
Leio agora que ala jovem do SPD estará contra esta grande coligação e prepara-se para a contrariar. Que dizer a tudo isto? Pois que estes jovens começaram a "perder a memória", parece-me. Querem um governo onde entre a FdP, nazi? Na Áustria isso já se concretizou e é vê-los em reuniões com o Sr. Orban, húngaro (através do Sr. Kurz!) onde tudo são "abraços e beijinhos" (sempre desconfiei destes em quaisquer circunstâncias, mesmo nas mais banais). Mais, o dito grupo de Visegrado não é "flor que se cheire" e despe-se de ideologias ( tal como fez a China) se as suas conveniências o exigirem. Hoje as "alianças" são aparentemente "contra natura" e o "cimento" é o interesse de poder e controle. A seguir virá a "zanga das comadres" mas será tarde.
Caros jovens do SPD: não ponham dinamite no mundo! Vocês tiveram nacionalismo malévolo, tiveram Hitler, mas também tiveram Adenauer e Willy Brandt! Não contribuam para desdizer aquilo que o ditado assevera e assim "fazer com que a água do mesmo rio passe duas vezes no mesmo sítio"!
Fernando Cardoso Rodrigues
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
Degraus de uma vida
Degraus
da minha vida
(poema ultimado em 2013)
Ser neto pouco me lembro
Meus avós perdi eu cedo
Ser filho foi em Outubro
Vim ao mundo sem ter medo.
De estudante eu recordo
O meu ensino primário
Meu mestre recordado
E seu nome era Mário.
Fui aprendiz de sacristão
Vários padres acolitei
Até na Extrema-Unção
Algumas almas ajudei.
Depois vim para o Porto
Trabalhar e estudar
Vida de me deixar morto
Difícil de conjugar.
Com quarenta anos de idade
O meu pai faleceu
A primeira fatalidade
Gravada no mundo meu.
Na Oliveira Martins
Ainda na rua do Sol
Escola Comercial e afins
Muita malta em seu rol.
Nela estudei com afinco
Depois de dias cansados
Os anos foram cinco
Estudo e curso alcançados.
Tempo ainda fui tendo
Para alguém catrapiscar
Ali e acolá fui vendo
Miúdas p’ra namorar.
Nos tempos de mais calor
Ia até à beira-mar
Deslumbrantes de ardor
Meninas a bronzear.
Veio a vida militar
Na década de sessenta
A ida ao Ultramar
Também foi minha tormenta.
Outra pessoa regressei
Arranjei de novo emprego
Solteiro a casado passei
Outro folgo, novo apego.
Penetrei terra fecunda
Deixei lá minha semente:
Nasceram duas papoilas
E um cravo finalmente.
Muitos anos trabalhei
Minha vida foi num banco
Só louros amealhei
Mas não passei do tamanco.
Agora estou reformado
Com esposa, filhos e netos
Não me sinto acomodado
Os sentidos tenho despertos.
Vila Seca viu nascer
Esta humilde criatura
Nela um dia irá jazer
Numa simples sepultura.
José Amaral
A JUSTIÇA E OS PODEROSOS
A Justiça não deveria ser tão lenta a julgar, e não deveria permitir
tantas fugas ao seu segredo, isto é claro para todos, pelo menos há 40
anos. Mas uma coisa é certa, e isso pelo menos consola-nos. A justiça já
chega aos poderosos, quer das empresas públicas, privadas e
financeiras, quer da política, quer finalmente agora aos poderosos
juízes. Esta Senhora PGR, que muito inopinadamente foi informada que não
seria renovado o seu mandato dez meses antes dele terminar, continua a
trabalhar e não recuou, mesmo depois de a terem dado como "morta". Os
cidadãos sérios de Portugal ainda terão muitas saudades dela, se por sua
própria vontade, ou pela mão do PM Costa fôr afastada. Este PM já nos
habituou a tiradas infelizes, que ele próprio antes na oposição
criticava nos outros como "trapalhadas", mas esta última de garantir que
no caso de Centeno ser constituído arguido não sairia do governo, foi
má demais para ser verdade. Pobre País, que se nivela tão por baixo. os
ministros não mais serão bons exemplos de probidade e ética para o seu
povo. Mesmo em Portugal havia a boa tradição de um membro do governo
sabendo que poderia ser acusado pelo MP de qualquer delito, tomava ele
próprio a iniciativa de se afastar. Agora, com este PM, vai refugiar-se
na "presunção de inocência até sentença transitada em julgado". Agora
percebo porque esta PGR incomoda tanto o PS e o seu governo.
AS PRIVATIZAÇÕES E AS SUAS LIÇÕES
Bastava
ler a edição da passada semana deste jornal, para se ter uma ideia
das consequências das privatizações. É o Conselho de
Administração dos CTT que pretende fechar 22 balcões e despedir
mil trabalhadores, e é o ministro das Finanças que, finalmente,
passados tantos anos de luta persistente das populações, dos
autarcas da região, das Comissões de Utentes da saúde e de
deputados eleitos pelo distrito, nomeadamente os do PCP, desbloqueia
1 milhão de euros para o início do projeto de construção do
hospital no Seixal. Tudo isto, ainda sem fim à vista, ou seja, sem
previsão para quando estará pronto o hospital, apesar do principal
da região, o Garcia de Orta em Almada, e dos poucos e exíguos
Centros de Saúde ,estarem desde há muito, a rebentar pelas
costuras.
Pensarão
alguns dos meus prezados leitores, o que é que uma coisa tem a ver
com a outra, e a construção do hospital com as privatizações. Tem
tudo, amigos! É que, para se construirem hospitais, como diria La
Palisse, é preciso
carcanhol.
E se ele vai aos milhões para o bolso dos principais acionistas dos
CTT, da PT, da Galp, dos bancos, das seguradoras, das
transportadoras, enfim, dos
sectores vitais da economia deste país que foram privatizados, não
vai
para os cofres do Estado.
Logo, este, não tem esse
dinheiro para construir hospitais e não só. E
depois, como se sabe, o capital além de não ter pátria nem
alma, muito menos tem
coração. Se não, vejamos o caso dos CTT; tal como nos informou
aqui o “O Seixalense” na edição referida em
dois elucidativos trabalhos. Um assinado pela jornalista da casa,
Ana Martins Ventura e o artigo de opinião de Hugo Constantino, da
Comissão Concelhia do Seixal do PCP, dos
22 balcões que os gestores dos agora privatizados CTT, pretendem
fechar, um deles, é o de Paio Pires.
Apesar de
servir 15.000 pessoas, (11% das quais com mais de 65 anos) de o
balcão mais próximo ser na Torre da Marinha, e de ter um lucro
anual de 45.000 euros. Portanto,
como se constata, os senhores que mandam agora nos CTT, estão-se
marimbando para as populações e para os trabalhadores. O
que lhes interessa,
é ainda mais lucros.
Esta
é uma das lições que podemos e devemos tirar das privatizações.
Outra, é quando os defensores e
beneficiários
das privatizações, uma
ínfima minoria, nos dizem
que o Estado não tem vocação de gestor,é mau gestor. Tal
argumento é não só um
mito, como uma monumental mentira. Veja-se o que se passou, por
exemplo, com o BES. Mesmo depois do Estado (todos nós contribuintes)
lá ter enterrado tantos milhões. O
mesmo com o BPN. Ou ainda com empresas da dimensão da PT que também
para além de irem parar a mãos privadas estrangeiras, quase
colapsaram. Também com os CTT, a degradação dos serviços que
prestam atualmente.
Tantas
outras conclusões/lições poderemos tirar do resultado das
privatizações. Finalizo com estas duas mais que óbvias, mas que
parece, para tanta gente, não o serem:
as
privatizações têm responsáveis; chamam-se, PS, PSD e CDS. Mas
estes partidos foram/são eleitos… E há outros partidos!
O mais representativo destes últimos,
até sempre foi a favor das nacionalizações e contra as
privatizações.
Condição
essencial para um país bem mais desenvolvido e justo, é que a sua
economia assente em 3 pilares
fundamentais: O público, o cooperativo, e o privado. Dos
3 partidos responsáveis pelas privatizações, dois deles, o CDS e o
PSD, abominam os dois primeiros pilares. O PS, também é alérgico
ao primeiro. Quanto ao segundo, a sua posição, é nim.
Francisco Ramalho
Corroios, 19 de Janeiro de 2018
Publicado na edição de 23 a 30/1/18 do semanário "O Seixalense"
Grande Degelo
Há dias foi possível ouvir o farronqueiro que os americanos
puseram a comandar o país gracejar, mais uma vez com muito mau gosto, a pretexto
das grandes camadas de neve que por lá caíram, “que falta lhes fazia um pouco
daquele bom e velho Aquecimento Global”, mostrando que não há realidade que lhe
ponha tento na língua...
Com o título da capa “Big Thaw – Antarctica and the ravages
of climate change” (Grande Degelo - Antarctica e a devastadora mudança
climática), a Time traz um trabalho de 8 páginas, texto e fotos, assinado por
Jeffrey Kruger, que mostra uma realidade verdadeiramente assustadora.
De facto, o degelo documentado é de tal magnitude que foi
possível ver, por fotografia aérea, blocos a flutuar do tamanho do Estado de Delaware.
São citados a NASA e um estudo de 2017 afirmando que, a continuarem as emissões
de gases para a atmosfera, as povoações das zonas ribeirinhas em todo o mundo ficarão
irremediavelmente inundadas bem antes do fim deste século.
Amândio G. Martins
DO AMOR E DA LIBERDADE
O mundo inteiro nunca parou simultaneamente para escutar palavras de sabedoria. Se isso acontecesse a resposta seria a palavra "amor", segundo Henry Miller. Se essa palavra fosse apreendida, o mundo instantaneamente transformar-se-ia. "Quem poderia resistir se o amor se tornasse a ordem do dia?" Quem ambicionaria o poder ou o dinheiro se fosse iluminado pela glória do amor?
Os homens dos tempos antigos conheciam os deuses. Nós não estamos preparados para isso. Estamos castrados, isolados. Somos escravos uns dos outros. Ainda de acordo com Miller, no momento em que efectivamente desejarmos a liberdade, seremos livres. Agora somos máquinas, ávidas de poder e de dinheiro, vítimas desses elementos. "No dia em que aprendermos a exprimir amor, conheceremos o amor e teremos amor". O mal é uma criação da nossa mente. Só existe como ameaça ao reino eterno do amor. Há homens que têm visões de uma humanidade liberta. Visões dos deuses que, em tempos, foram.
Como disse Lawrence: "Para o homem, a imensa maravilha é estar vivo". Tornêmo-nos inteiramente livres, inteiramente vivos.
Os homens dos tempos antigos conheciam os deuses. Nós não estamos preparados para isso. Estamos castrados, isolados. Somos escravos uns dos outros. Ainda de acordo com Miller, no momento em que efectivamente desejarmos a liberdade, seremos livres. Agora somos máquinas, ávidas de poder e de dinheiro, vítimas desses elementos. "No dia em que aprendermos a exprimir amor, conheceremos o amor e teremos amor". O mal é uma criação da nossa mente. Só existe como ameaça ao reino eterno do amor. Há homens que têm visões de uma humanidade liberta. Visões dos deuses que, em tempos, foram.
Como disse Lawrence: "Para o homem, a imensa maravilha é estar vivo". Tornêmo-nos inteiramente livres, inteiramente vivos.
LEVANTAMENTO MILITAR CONTRA O GOVERNO DA COROA
A 11 de Janeiro de 1890, o governo britânico tinha entregado
a Portugal um memorando exigindo a retirada das forças militares existentes no
território compreendido entre Moçambique e Angola, zona que era reclamada por
Portugal. O governo da monarquia portuguesa cede a esta imposição, procedimento
que não agrada ao partido republicano. Considera-se que este acontecimento
tenha sido a principal causa para a ocorrência, a 31 de Janeiro de 1891, na
cidade do Porto, de um levantamento militar contra o governo da Coroa. As
forças revoltosas, vindas do Campo de Santo Ovídio (hoje Praça da República),
descem a Rua do Almada, até à Praça de D. Pedro (hoje Praça da Liberdade),
onde, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, hasteiam uma
bandeira vermelha e verde, símbolo do partido republicano, ao mesmo tempo que o
Dr. Alves da Veiga, uma das figuras cimeiras desta revolta, proclama o governo
provisório da República. A multidão, sobe, de seguida, a Rua de Santo António (rebaptizada
posteriormente para Rua 31 de Janeiro em memória desta ocorrência), em direcção
à Praça da Batalha, onde é sustida, com muitos mortos e feridos, pela
intervenção da artilharia e fuzilaria da Guarda Municipal, fiel à monarquia.
Fonte: Diário Ilustrado n.º 6407, de 01-02-1891, 20.º ano de
publicação, pp. 1 a 3
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Utopias...
ESCRITO NA PEDRA (PÚBLICO de 30/Janeiro):
"Uma utopia é uma realidade em potência"
(Édouard Herriot (1872/1957), político)
ADAPTADO DE FERNANDO SAVATER
"As utopias, por definição, nunca se podem realizar, senão não o seriam"
(Filósofo espanhol e autor de "Ética para um jovem")
FIM: a última grande utopia confirma a definição do último, pois desmoronou-se como um "castelo de cartas" quando um muro foi derrubado e o trânsito foi num só sentido... Teria potencial mas... era uma utopia.
Fernando Cardoso Rodrigues
"Uma utopia é uma realidade em potência"
(Édouard Herriot (1872/1957), político)
ADAPTADO DE FERNANDO SAVATER
"As utopias, por definição, nunca se podem realizar, senão não o seriam"
(Filósofo espanhol e autor de "Ética para um jovem")
FIM: a última grande utopia confirma a definição do último, pois desmoronou-se como um "castelo de cartas" quando um muro foi derrubado e o trânsito foi num só sentido... Teria potencial mas... era uma utopia.
Fernando Cardoso Rodrigues
As acções são as mãos da atitude e os objectivos a sua gasolina. Eles pintam o futuro e apresentam-se em forma de tela, com lágrimas de tinta, que escorrem de um pincel que precisa de ser chorado assim, abstracto, para que não se abstraia. Assim, os objectivos que não nascem em cima do joelho podem chamar a ansiedade de companheira, porque se elaboram de forma mecânica, e essa mecânica é complexa, difícil de consertar por nascer avariada.
Se, por muito esforço, se conseguem atingir, profundo é o vazio que se segue, com a sensação ténue de que a montanha pariu um rato, porque nunca um objectivo deixou de ser um buraco, que nunca teve nada para além dele, a não ser isso: o mais profundo e obscuro
vazio!
Se, por muito esforço, se conseguem atingir, profundo é o vazio que se segue, com a sensação ténue de que a montanha pariu um rato, porque nunca um objectivo deixou de ser um buraco, que nunca teve nada para além dele, a não ser isso: o mais profundo e obscuro
vazio!
Rolando Silva
A 30 de Janeiro de 1927-Nascimento do político sueco Olof Palme
A 30 de Janeiro de 1927, nasce, em Ostermalm, Estocolmo,
o político sueco Sven Olof Joachim Palme. Foi um político sueco. Membro do Partido
Social-Democrata, foi primeiro-ministro do seu país de 14 de Outubro de 1969
até 8 de Outubro de 1976 e de 8 de Outubro de 1982 até 18 de Fevereiro de 1986.
Olof Palme foi assassinado a 28 de Fevereiro de 1986, na
Rua Sveavagen, em pleno centro de Estocolmo, à saída de um cinema. Ainda hoje é
desconhecida a identidade do seu homicida e as razões pelas quais o matou.
Pode repetir-se o mesmo assunto?
Há uma coisa que me anda a "fazer espécie" há uns tempos. É a repetição de temas, em sítios diferentes, por parte de comentadores e jornalistas. João Miguel Tavares e José Pacheco Pereira são "useiros e vezeiros" nos "Governo Sombra/PÚBLICO" e "Quadratura do Círculo/PÚBLICO", respectivamente. Ouvi-los e lê-los, ou vice-versa, com o mesmo assunto e comentários, começa a ser comum. Sei que não se inventam temas para comentar, sei ainda que são locais diferentes e os leitores/ouvintes poderão não ser os mesmos, mas também sei que os escribas não são (?) propagandistas de coisa nenhuma, o que me leva a ficar ainda mais "confuso". Isto para além de, embora de não gostar de ir muito por ai, provavelmente ganharão "dois dinheiros" para dizer a mesma coisa. Estarei errado ou será uma "pirronice" minha?
Fernando Cardoso Rodrigues
Fernando Cardoso Rodrigues
As coisas que eles sabem de nós...
Com a população a envelhecer, as empresas dedicam todo o
esforço promocional aos millennials mas, segundo um trabalho de Iídia Pinto, no
caderno Dinheiro Vivo, do JN, 60% do consumo é feito pela população acima dos
45 anos – à custa de quem estarão a viver muitos millennials, digo eu, não
sei...
Assim, os profissionais do marketing, que “sabem” coisas de
nós que nem nos passam pela cabeça, decidiram arrumar-nos, como consumidores,
em 5 categorias assim distribuídas:
Geração Z: a tecnológica. Nascidos entre 1996 e 2005, nunca
viveram sem internet e a tecnologia é fundamental na sua vida; são consumidores
muito preocupados com a saúde e dão uma grande atenção aos produtos orgânicos e
similares.
Millennials: os selectivos. É a geração que se situa na
faixa dos 22 aos 36 anos e que dá mais importância às experiências do que à
posse; pouco leais às marcas e muito atentos ao seu custo, preferem as marcas
brancas para poupar.
Geração X: grandes gastadores. Estes são os grandes
consumidores por natureza; são apenas um quarto da população mas, em Portugal,
gastam 50% do total. Estão na faixa dos 37 aos 52 anos e são leais às marcas.
Boomers: situados entre os 53 e os 71 anos, são a geração
pós-Segunda Guerra Mundial e têm a familia
a encolher, com a saída dos filhos, que compensam com a compra de animais; leais
às marcas, preferem o consumo em loja.
Silent Shoppers: nascidos antes de 1945, é a geração da
Grande Depressão; curiosamente, é a faixa que mais gasta “per capita”, embora
pouco dados ao desperdício.
Amândio G. Martins
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
“O mundo é justo”
Foi assim
que, em plena euforia, Filipe Albuquerque celebrou a vitória que o trio luso-brasileiro
de que faz parte averbou nas míticas 24 Horas de Daytona. O feito é histórico
e, de certa maneira, desculpa o inebriamento que o levou a proferir aquelas
palavras com que muito poucos de nós estarão de acordo. Tiveram uma vantagem, a
de mostrar como os homens, ao prosseguirem os seus fins e desejos, esquecem
muitas vezes os valores supremos, sobretudo quando estes “não dão jeito” ou
favorecem o adversário. Pode acontecer ter razão quem proclama justiça ao ver os
seus interesses alcançados, mas nem sempre é assim. O mundo não é justo, (quase)
todos o sabemos. E nunca o será só porque atingimos os nossos objectivos, porque
estes raramente nascem da imparcialidade.
Sou do Norte, sou do Douro
Sou do Norte, sou do Douro,
Do norte de Portugal;
Nasci em Vila Seca
Do concelho de Armamar.
Lá no fundo, o Rio Douro
Serpenteia a marginal,
Mesmo que haja seca
A paisagem é de pasmar.
O clima é muito agreste,
Faz gelar o mais forte,
Então, o vento leste
Os lábios greta e gela a morte.
Quando chega o verão
Transforma-se num braseiro;
O duriense, então,
Adormece no palheiro.
Hoje está inverno
E o duriense enrijece;
Sendo o verão um inferno,
A têmpera o endurece.
José
Amaral
Já quase ninguém lê
Mais uma
livraria de referência – a Livraria Leitura -, com quase meio século de
existência, deixou de existir em pleno centro da cidade do Porto, agora transformado
em lanchonete para todas as bolsas e copos, a toda a hora.
Se ‘e tudo o
vento levou’, os livros também se foram e nenhum restou.
Agora, a miragem do lucro fácil, vai
desertificando a urbe rumo ao turista, que hoje é o rei e senhor de tudo que
temos para oferecer, a preços que já não são de saldo.
Portugal vai acolher ...
Entretanto,
outra grande empresa de igual tecnologia – a Amazon -, também se quer instalar
no nosso país.
E aonde se vão
instalar? Precisamente em Oeiras – na Grande Lisboa – e no Porto,
respectivamente.
Estas zonas
foram minuciosamente escolhidas para bem da continuada descentralização e desertificação
deste assimétrico local de habitação nacional, onde pontifica um litoral a
abarrotar de gente e um interior simplesmente às moscas.
Portanto, não
vale a pena remar contra a galopante maré-negra da desertificação do país, onde
se ouve somente o murmúrio lúgubre de idosos, ou o silvo agudo do vento
rosnando por entre montes e vales, com a paisagem deslumbrante da nossa
ruralidade revisitada somente por turistas ávidos de fotos e selfies.
É o que
restará, em outorga testamentária, para o esquecido e moribundo interior,
pronúncio de uma morte já há muito anunciada.
A BOLA NO CÉREBRO
Esta gente só fala de bola, vive em função da bola. Eu até gosto de futebol mas o futebol não passa de um jogo e, além do mais, quem perde os jogos são os dirigentes e os futebolistas, eu não perco nada. Esta gente parece que não tem outro assunto para falar. Matam-se pelo clube de eleição. E depois vêm aqueles comentaristas imbecis na televisão a toda a hora. Cambada de fanáticos patetas. Fazem lembrar os jihadistas. No lugar do cérebro têm uma bola. A vossa paixão é tédio. Viveis de tédio e alimentais os outros de tédio. Imbecis. Patetas.
Karl Benz patenteia o primeiro motor automóvel movido a gasolina
A 29 de Janeiro de
1886, o engenheiro alemão Karl Friedrich Benz (1844-1929), regista a patente
DRP 37435, referente ao primeiro motor automóvel movido a gasolina.
A Mobilidade do Subsídio
Relata o jornal, DNoticias, de que o Subsídio Social de Mobilidade, anda às voltas, a esbracejar entre o Continente e as lhas Autónomas - seu destino. Da leitura feita, extraio, de que não anda - está emperrado ou sem rumo. Parece que temos que convocar para desbravar este mar revolto, o velho Gonçalo, o Diogo de Silves, o Zarco, o Perestrelo e TristãoVaz, e ainda perguntar ao Camões se está interessado em cantar a epopeia deste Novo Tempo, com olhos que vejam. A juntar a essa indefinição, está o mau estado em que funcionam as Autoridades policiais e da Justiça, sem culpas no cartório. À pergunta que serve de título à notícia que ilustra o ilustre jornal insular, se deve ser ou não, gerido, pelas Regiões Autónomas ou pelo Estado o encravado Subsídio, para tão paralisada Mobilidade, eu sou apologista de que, sim, devem ser os arquipélagos a fazê-lo. E em contraponto, arrojo-me a perguntar, aqui do meu cesto da gávea, se o Estado centralizado lá por Belém à sombra da Torre, e a espreitar o país do Terreiro do Paço defronte ao Cais das Colunas, se sabe se existem e para que servem exactamente, as Regiões da Madeira e dos Açores, para além da fantasia e do romantismo que elas emprestam, e para turista ver? Se sabem que elas são habitadas por povo que labuta para alcançar melhor vida, com pão à mistura? Então, se sabem, soltem das amarras o lânguido Subsídio, para que a Mobilidade nas ilhas cresça e se afirme sem mais ondas. É claro, que para uns e outros, deve haver fiscalização responsável, pelas Instâncias Superiores, que cumprem e fazem cumprir a Lei, a que se obrigam os governos respeitar, para que não embarquem os piratas nos viciados desvios dos montantes atribuídos, e que requerem exemplar gestão. Se assim não acontecer, cadeia com eles – os que sempre sabem aproveitar-se da coisa pública, e que nem um morabitino deixam na gamela, que permita carregar um telemóvel de serviço, e “desinternetado”, que mais isolamento provoca, a quem só vê mar cantado!*
*-(hoje no DN.madª)
*-(hoje no DN.madª)
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