Depois de ter desperdiçado demasiado tempo a tentar convencer-se de que Donald Trump não representaria mais do que um fenómeno passageiro que se consumiria a si mesmo, o mundo parece começar a acordar para as implicações que da Administração Trump poderão advir. Esperemos que ainda vá a tempo.
Os Estados Unidos já tiveram Presidentes corruptos, como Nixon, ou com opções de política externa desastrosas, quando Bush invadiu o Iraque e abriu caminho ao Daesh. No entanto, com Trump a questão é mais inquietante. A crença dos mais optimistas na suavização de Donald Trump, através do sistema de checks and balances, foi-se esvaindo à medida que o Presidente americano agravava a tensão no Médio Oriente, ao mesmo tempo que rasgava o Acordo de Paris, pondo em causa o equilíbrio ambiental do planeta, ou que provocava o líder norte-coreano no Twitter. Pelo caminho, Trump foi forte com os fracos, como os emigrantes e as minorias, e fraco com quem lhe afagou o ego, como a China e a Arábia Saudita. Os bons indicadores económicos são herança de Obama à mercê da vontade de legislar do Presidente dos EUA.
É verdade que Trump é o mais impopular de todos os Presidentes americanos, mas a taxa de desaprovação esconde uma realidade perturbadora: a América que não se vê da Europa, a que o elegeu em 2016, avalia positivamente o seu trabalho e voltará a votar nele. Por isso, não se pode começar a banalizar o que é grave e repetir erros. Não podemos continuar a não querer ver para lá de Trump e a ignorar o que a sua eleição revela da sociedade que o elegeu. As ideias perigosas não começaram nem acabarão nele. Não é o fim do Mundo, mas também não é o princípio. God bless America que a América bem precisa.
Seja bem vindo ao blogue, João P.Baptista! E começou bem...
ResponderEliminarTambém lhe desejo as boas vindas, e saúdo o seu certeiríssimo texto.
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