nota: este texto estava guardado no 'cérebro' do meu computador, desde 6/12/2014
A mulher, ao longo da História
(dos homens), foi (sempre) encarada como um ser inferior. Na idade do homem das
cavernas, era arrastada pelos cabelos pelo macho. Mais tarde, foi vivendo na
dependência subserviente e abusiva do ‘seu senhor e amo’. O seu ‘castramento’
ancestral foi-lhe infligido no arrastado decorrer dos tempos, ultrapassando, em
longevidade, a banida escravatura humana. Até há bem pouco tempo, a mulher
portuguesa não podia votar. Não podia ausentar-se do país sem ser portadora da
autorização do marido. Não podia usar calças no local de trabalho. E salário
igual para trabalho igual? Algumas destas proibições só tiveram cabimento e
aceitação legal após o ’25 de Abril de 1974’ . Então, o flagelo do aborto clandestino é
que era e é ainda tabu na nossa sociedade, eivada de hipocrisia conservadora,
pejada de surda devassidão, acolitada pela Igreja que, no decorrer dos séculos,
andou (quase) sempre alheada e atrasada, face ao desenvolvimento tecnológico e
cientifico das épocas. Vejam-se as desgraças por que passaram Galileu Galilei e
o nosso António José da Silva (o judeu), entre outros. A acção mortífera da
Inquisição, braço tenebroso da Igreja, fez uma hecatombe de mortos, de
estropiados, e foi um verdadeiro entrave ao avanço de ideias inovadoras de
todas as ciências. Ainda ‘ontem’ era pequeno, uma criança, criado nos laços da
Igreja Católica. Ao confessar-me, tinha de estar em jejum desde a meia-noite do
dia da confissão, até à hora em que iria comungar. Os tempos e os conceitos
interpretativos mudaram e hoje já não é assim. O que ontem era pecado ou
heresia hoje já não é. Os homens, postados nos lugares de decisão, e não o
divino, é que têm feito e impondo a seu bel-prazer, para sua defesa e proveito,
regras de obediência sem estarem em consonância com a vida terrena actual. Mais
um exemplo: quando foi introduzido na Europa o cultivo da batata, o clero
considerou (a batata), como alimento nascido debaixo do solo, um património da
despensa do demónio, portanto devia de ser proibido o seu cultivo e consumo!
Não é de bradar aos céus?!!!
Jesus só houve um. O Único, O
Salvador. E só Ele era capaz de, perante o apedrejamento iminente da mulher
adúltera, ter questionado a turba enfurecida: ‘quem de vós que não tenha pecado
que atire a primeira pedra’.
José Amaral
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