quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Esquisitices? Talvez não…


Dos que aqui escrevem, nenhum de nós o faz com inteira perfeição. Aliás, que saiba, nenhum de nós é profissional das escritas, se bem que haja alguns já publicados em livro.

Em adenda a este intróito, gostaria de pedir a quem me vier a ler que não veja neste texto qualquer intuito presunçoso de vir botar sapiência (a que tenho é muito limitada) em cima de um assunto de algum melindre.

Acontece que, com muita frequência, leio textos em que o sujeito é separado do predicado por uma vírgula. O erro, muitas vezes, explica-se porque esquecemos que as pausas, na oralidade, não são iguais às da escrita. Ora, para não dizer NUNCA, esta é uma situação que pode ocorrer apenas em pouquíssimos casos, aliás, muito especiais.

Será assim tão importante atendermos a estas “chinesices”? Eu penso que sim, não por purismo, mas porque entendo que um texto ganha responsabilidades acrescidas se é publicado, seja nos jornais (aí, o erro é menos frequente, graças aos jornalistas que tratam os textos) ou mesmo aqui no blogue. Essas responsabilidades vão ao ponto de os leitores, se são mais incautos do que nós próprios, à força de lerem repetidamente tais incorrecções, poderem vir a convencer-se de que está bem, quando não está, e começarem a copiar o “estilo”, com a consequente disseminação do erro. À semelhança da mentira que, mil vezes repetida, se pode tornar verdade, também o errado poderá começar a considerar-se correcto.

Poderia ainda falar de outras inépcias que também aparecem, embora, felizmente, com menor incidência. Trata-se das faltas de concordância ou das erradas utilizações de certos tempos verbais. Também não é nada bom saborear estas “iguarias”, mas, enfim, do mal o menos.

Bem sei que, na azáfama do quotidiano, na pressa do “recado”, nem sempre estamos atentos ao cuidado que um texto merece quando se torna público, para ser lido por (muitos ou poucos) desconhecidos, e, sobretudo, sendo dado à luz num blogue que se proclama de (leitores)-escritores.

Dentro do possível, que não nos fiquemos pelo “meia bola e força”, e que só se dê “ordem de marcha” a um texto que, previamente, tenhamos lido numa pequena revisão, sempre útil a verificar erros inoportunos e evitáveis. (Será que o fiz neste?).

NOTA IMPORTANTE: A quem, por maior susceptibilidade, se sinta tocado - ou mesmo ofendido (?) - com este texto, apresento as minhas desculpas e asseguro que, ao escrevê-lo, nunca tive essa intenção. A única que tive foi a que explicitei acima. De qualquer modo, que fique bem claro que cada um pode/deve escrever como muito bem entender e souber, porque o espaço é livre. No entanto, se contribuir, pouco que seja e à sua medida, para a defesa da Língua Portuguesa, não ajudando à proliferação do erro, já muito estará a fazer. E, é claro, estou perfeitamente consciente de que todos nós, sem excepção, por muito cuidado que tenhamos, lá viremos, de vez em quando, a meter a “pata na poça”.

2 comentários:

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