terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O POETA É DO UNIVERSO

A olhar para ti, S. Sinto-me na paz e na concórdia. É uma bênção contemplar as mulheres belas, desejá-las, conversar com elas. Em vez de estar no outro bar a observar imbecis agarrados ao computador e aos ecrãs da vida. A tua calma pacifica-me, cura-me a alma. És doce, terna. E eu sou o tal poeta de Braga, ébrio, à solta, que quer desesperadamente que algo aconteça. Porque não suporta a pasmaceira. Porque quer a mulher bela. Cada vez mais se identifica com o Jim Morrison e com outros loucos divinos, Não suporta o tédio dos dias. Quer atravessar para o outro lado. Por isso bebe, droga-se. E a música é a sua amiga íntima. Há patetas que o desafiam, que o põem em causa. Contudo, ele segue o seu caminho. Aprendeu com Zaratustra. Agora beberia toda a noite. Mas o cacau não chega, Há noites assim. Agora é assim. O poeta, às vezes, até tem cacau. E quer a menina. Continua a escrever como um possesso. Como Blake, como Rimbaud, como Pessoa. Não há limites. O poeta é doido. Escreve na tasca, Vai sair mais um poema para os netos. Sofia, traz mais uma! O poeta cansou-se de gunas, de merdosos, de polícias. Agora reina. Produz Arte. É o mais espontâneo dos poetas. Vai tudo à pincelada. Dali. Picasso. Bosch. Breton. Tzara. O poeta é dadá, surrealista. Não tem casa. E bebe. Bebe. Mama. Mama. Foge do racional. De Sócrares, de Platão, de Descartes, mesmo que os ame. O poeta é das Sereias, das Tequillas e da Mana Calórica. O poeta não cabe aqui. É do universo, do Big Bang. Explode em mil pedaços. Rebenta. Forma um uno com a caneta. E esses? E esses? Quem são? Escrevinhadores? Filhos de Deus e do Cão? Alguns, sim, ainda procuram. Outros, a grande maioria, são lixo. Lixo. Merda. Lixo. Meras cópias de cópias. Comércio. Compra e venda. Políticos imbecis, no fundo. Comerciantes. Carniceiros. Merceeiros. Economistas. Que raça de atrasados mentais, como dizia o meu pai. Nem pensar sabem. Nem usar o cérebro sabem. E aquelas gajas vão atrás deles! Nem todas. Não exageremos. Muitas começam a compreender. Mas são séculos, milénios. Sexo. Dominação de parte a parte. Sedução. Poder. Dinheiro. Estatuto. É preciso um grito. Um grito maldito que rompa com tudo isto. Que rebente com tudo isto. Que acorde as mulheres. Não para o feminismo. Mas para a Fêmea Eterna, que tem sido espezinhada ao longo dos séculos. Vamos dançar, S. O mundo começa agora. Não há limites. Não há fronteiras. Só tambores e fogo. Dança. Dança. Dança. As Bacantes e Dioniso. A guitarra de Hendrix. O ritual. O blues. O Carnaval. Vamos conquistar o mundo agora. Agora mesmo. Não há desculpas. Não há meias-medidas. Jim Morrison. O grito animal. É preciso acordar estes mortos. Jesus, olha a luz. Dança, dança. Fornica a Madalena. Terás muitos filhos. Jim. Vamos até ao fim. Ritmo. Rock n' Roll. Estes gajos não acordam. Andam entretidos com politiques. Desconhecem o Uno Primordial. Por um lado, ainda bem...eh, eh...

1 comentário:

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