terça-feira, 30 de janeiro de 2018

As acções são as mãos da atitude e os objectivos a sua gasolina. Eles pintam o futuro e apresentam-se em forma de tela, com lágrimas de tinta, que escorrem de um pincel que precisa de ser chorado assim, abstracto, para que não se abstraia. Assim, os objectivos que não nascem em cima do joelho podem chamar a ansiedade de companheira, porque se elaboram de forma mecânica, e essa mecânica é complexa, difícil de consertar por nascer avariada.
Se, por muito esforço, se conseguem atingir, profundo é o vazio que se segue, com a sensação ténue de que a montanha pariu um rato,  porque nunca um objectivo deixou de ser um buraco, que nunca teve nada para além dele, a não ser isso: o mais profundo e obscuro
vazio!

Rolando Silva

4 comentários:

  1. Seja bem vindo Rolando Silva! E,para começarmos bem, discordo de si quanto a todo objectivo ser, no final.um "buraco vazio". Olhe, se na minha profissão assim fosse, não teria visto tanto avanço conseguido e valor acrescentado. Desculpe "acicatá-lo" mas é da "minha (má) natureza", que sempre é melhor que a pusilanimidade. ou tão somente a preguiça mental.

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    1. Obrigado Fernando Rodrigues! Ainda bem que assim é. As diferenças são mais úteis do que os consensos, e sabe que está sempre à vontade para as esgrimir.

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  2. Dou as boas vindas ao Rolando Silva.
    E, já agora, dizer-lhe que ainda bem que pensa como eu, que consensos não “puxam a carroça”. Sem diálogo (e porque não controvérsia?), não haverá nunca progresso. Está claro que corremos sempre o risco de encontrar pela frente quem reaja menos bem se lhe opomos alguma discordância, sobretudo quando salpicada de algum apetitoso “colorido” de escrita.
    Já Winston Churchill respondeu a uma oponente, no Parlamento, que ela seria feia toda a vida, enquanto ele, na manhã seguinte, estaria sóbrio. Na verdade, a senhora não lhe deveria ter chamado bêbado. A questão, no entanto, é a seguinte: se algum deles se sentiu ofendido, mostrou à saciedade que conhecia muito bem o chão, pavimentado de democracia, que pisava, e que tinha a estaleca suficiente para o pisar. A tantos anos de distância, parabéns aos dois!
    Desviei-me do assunto, mas, ao Rolando Silva, incito-o a mais textos… polémicos ou não!

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