quarta-feira, 4 de abril de 2018

AGOSTINHO DA SILVA E O POETA À SOLTA

"O homem não nasce para trabalhar, nasce para criar, para ser o tal poeta à solta." (Agostinho da Silva)
O trabalho é sacrifício, é "tripalium", é tortura, normalmente corresponde à exploração do homem pelo homem, da grande maioria por um pequeno grupo de privilegiados: empresários, banqueiros, mercadores, especuladores, Estado. Ora, o homem não veio para ser besta de carga, veio para realizar-se, para criar, para brincar, para ser o "poeta à solta". O poeta à solta, o criador, passeia-se na corda-bamba do devir, faz da vida um experimento permanente, como diz Nietzsche. Cabe-lhe a ele espevitar os outros, trazê-los para a arte, para o conhecimento, para a liberdade, para o amor, para a Vida. O poeta à solta não tem preconceitos, joga apenas com a vida, é um menino e um grande bailarino. Não suporta a normalidade nem a rotina, quer celebração, festa. O poeta à solta quer a comunhão, a união do homem com a mulher, quer erguer grandes obras. O poeta à solta é o homem da liberdade, das portas abertas, de Morrison, de Miller, de Zaratustra.

2 comentários:

  1. Era para ser assim, era; mas Eva caíu na tentação e danou-se tudo!
    Agora, talvez só em outra dimensão, que não na Terra, se possa concretizar esse sonho lindo...
    Quem sabe se, como dizia Agostinho:
    "Assim que livre me veja
    Do real em que me iludo
    Naquele ser que não seja
    Naquele nada que é tudo"...

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