quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Das vertigens do tempo

 

ESPECULADORES DO TEMPO

 

O tempo é-nos dado como graça

Mas vemo-lo esvaír-se sem volta

Fazendo importante quem o conta

Tornando este mundo uma desgraça.

 

E vemos a cada dia que passa

Nas ensandecidas horas de ponta

Tanta dificuldade que defronta

Quem sai cedo e entra tarde em casa.

 

Passam horas em transportes públicos

Grandes massas de seres abúlicos

Mal descansados por uns parcos tostões;

 

O patrão viaja refastelado

Porque os que se deslocam como gado

São a fonte inesgotável de milhões...

 

Amândio G. Martins

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