Escrevi aqui há dias sobre a situação política em Espanha, da “guerra” interna que se desenvolvia no Partido Popular, com Isabel Ayuso a medir forças com Pablo Casado, dizendo que, pelo caminho que as coisas levavam, se não caíssem os dois, Casado sairia reforçado, mas como a lógica em política é uma batata, Casado já se despediu ontem do Congresso, estando prevista para a noite uma reunião com os “barões” do partido, onde se previa que levaria o “golpe de misericórdia”, pois todos já manifestaram a vontade de que o presidente seja substituído, até mesmo aqueles tidos como indefectíveis, levando uma televisão a pôr em letras gordas a legenda: “Tu también, Bruto!”, aquela célebre frase do imperador romano, quando se viu apunhalado.
Quando tomou posse como presidente dos populares, Casado tinha como primeira missão limpar o Partido de tudo que fossem dúvidas sobre actos de corrupção envolvendo militantes nos altos cargos que desempenhassem, e a sua intervenção no que se passava em Madrid radicava nesse princípio; todavia, quando a coisa chegou ao rubro, milhares de simpatizantes de Isabel Ayuso organizaram um comício à frente da sede do Partido, gritando “Ayuso presidenta” e apupando Casado, o que levou Pablo Echenique, da direcção do Podemos, a classificá-la de manifestação pela corrupção.
A presidente de Madrid parece continuar impávida e serena, mas a Oposição no Parlamento da Comunidade, que sempre foi mandada calar quando queria falar disso, não lhe dá agora descanso, exibindo para a Comunicação Social todos os contratos que foram entregues sem concorrência ao irmão da presidente, que actuava como intermediário de outros, e que o Ministério Público parece querer investigar...
Amândio G. Martins
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