sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Inexplicáveis incongruências

 

Há coisas nesta nossa linda terra que, por generosa que seja a boa vontade, são muito difíceis de compreender e aceitar; e a odisseia que enfrentam os compatriotas emigrantes, sempre que são chamados a votar em eleições, é uma dessas situações; de facto, só mesmo uma grande vontade de participar em actos de que depende o nosso futuro colectivo os pode incentivar a procurar contribuír com o seu voto.

 

Sou dos que considera o cartão de cidadão uma boa coisa, por aglutinar dados pessoais que, antes dele, se distribuíam por vários, mas este cartão único tem tudo que os vigaristas precisam para as suas falcatruas, caso seja perdido ou copiado, causando problemas gravíssimos ao seu titular, num país em que as leis e os juízes parece darem sempre ao vigarista o benefício da dúvida, em prejuízo das vítimas.

 

Precisamente por se poder revelar um sério problema,  até foi legalmente interditada a sua cópia; só que se manteve o “vício” de exigir cópias por tudo e nada, nas mais diversas situações e até, pasme-se, por entidades que deviam conhecer melhor a sensibilidade de tal documento, como ficou agora mais uma vez demonstrado com a rejeição, por parte do PSD, de grande quantidade de votos da emigração que não se fizessem acompanhar daquela cópia, que o votante se sentiu desobrigado de ceder...

 

Amândio G. Martins

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