A península está a passar por tempos de seca pouco comum, e quem vive nas aldeias sente mais os seus nefastos efeitos; daí que não deixe de ficar irritado com aqueles pivôs que, ao lerem as notícias, nos informam, com um largo sorriso, que o “bom tempo” vai continuar, com temperaturas acima do normal para a época.
Junto àquela a que chamo a “horta de fora”, por ficar um pouco afastada do quintal, passa o ribeiro que tem início no monte do topo da aldeia, mas a água que neste momento leva está reduzida a um magro regato que mal se houve correr; caminhava um dia destes na ecovia para montante do Lima, e parei no pontão por baixo do qual passa este ribeiro, antes de se perder no rio, e vai quase igual, quando em invernos normais, naquele ponto, podia ver-se um ruidoso caudal, depois de ter colhido as escorrências do trajecto todo.
Conversava aqui com o conterrâneo Zé do Redondo, que também anda preocupado, e ele lembrou-me aquele ano em que caíu “aquela” ponte; “não sei se foi mesmo esse ou o anterior” - dizia ele – que também tivémos um inverno sem chuva, mas quando começou a chover, foram três meses seguidos de muita água. E eu recordo que houve realmente uma primavera muito chuvosa, de tal forma que o Lima alagou o casco velho da vila até ao meio, coisa que não acontecia desde que se fizeram as barragens do Lindoso e Touvedo. No caso de agora, embora não precisemos de tanta, oxalá venha aí uma primavera molhada...
Amândio G. Martins
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