quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Do povo conhecem pouco

 

O nosso povo isto, o nosso povo aquilo, mas a impressão que fica é que, do povo, conhecem muito pouco, mesmo que dele se reivindiquem; e o povo ouve-os e comenta para si, “tá bem tá, o que tu queres sei eu”.  E o que acaba de passar-se, resultante dumas eleições desnecessárias, é uma demonstração clara disso mesmo.

 

De facto, tendo feito caír um governo em tais condições, numa prova de força ridícula, só para mostrar que o podiam fazer, passaram a responsabilizar o primeiro-ministro de ser o culpado; depois, vendo a terra fugir-lhes,  passaram a campanha toda a diabolizar a “sinistra” maioria absoluta, e tanto falaram nela que, para mal dos seus pecados, acabaram por atraí-la.

 

Parece-me que o principal problema das organizações à esquerda do Partido Socialista, é a falta daquela dose de humildade que se viu em António Costa, é o autoconvencimento, dando como certo aquilo que apenas são desejos seus. E na hora derradeira da campanha ainda foi possível ouvir Catarina “angariar” mais uns fartos votos para Costa, que é o que eu penso que terá feito quando, olhos brilhantes de excitação, proclamou que uma vitória já tinham conseguido: Tinham enterrado de vez a ilusão da maioria absoluta. E o povo dever ter entendido que alguma coisa muito boa haveria de ter tal coisa, para gerar tanta “inveja”, e quis pagar para ver...

 

Amândio G. Martins

 

 

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