Dos abortos que a política portuguesa tem gerado, e houve bastantes, Nuno Melo ocupa um lugar de destaque; e agora que o seu partido ficou reduzido àquilo que fez por merecer, e há muito se esperava, e como se avizinham eleições europeias, este figurão, a quem não se conhece uma ideia para o país, para além dos cansativos chavões em que ao longo do tempo se foi tornando “expert”, já se prontificou para continuar naquele lugar dourado, que deve ser a única razão por que se propõe agora assumir a liderança do partido, acerca do qual aquelas pessoas de real qualidade que lhe foram dando credibilidade, já concluíram ser duvidosa a sua viabilidade.
Durante muito tempo pude acompanhar o referido Melo, pelo JN, jornal onde teve um espaço semanal; pois deve ter sido muito raro que o assunto da sua verborreia não fosse o entendimento da Esquerda para governar, atacando António Costa pela “desfaçatez” de se fazer primeiro-ministro sem ganhar eleições, e alimentava assim um texto semanal, desperdiçando o espaço que um grande jornal lhe facultava em nome do partido, tendo um dos últimos sido totalmente preenchido com aquela indumentária com que Costa desenbarcou em Angola, para tratar assuntos pendentes que os dois Estados tinham para resolver, sem que a esses assuntos o famigerado Melo tivesse dedicado uma palavra, facto que eu próprio comentei no “espaço do leitor” do mesmo jornal...
Amândio G. Martins
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