terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Tempos estranhos


À entrada de Fevereiro, chuva, nem vê-la. As temperaturas rondam patamares primaveris, escondendo e adiando os rigores próprios do calendário.

Tivemos eleições de cujos resultados, que ninguém esperava, brota um Orçamento “em segunda mão”, mas já com o selo de aprovado.

Ao contrário das modas europeias, saiu-nos em sorte um Governo com maioria absoluta, “coisa” completamente démodé.

Falam-nos de “diálogo”, mas com quem? Não será antes um monólogo?

Os portugueses inventaram um bloco central que, contrariando a sua própria definição, é monopartidário.

O retrato a aguarela da composição partidária que dá corpo ao Parlamento, com tons de rosa monocromáticos, está irreconhecível, com cores que já deviam estar descontinuadas, e sem outras que, ao longo de tantos anos, nos habituaram a vê-las por lá.

Também sem grandes precedentes nestes tempos de diversidade, há menos partidos que antes na Assembleia da República. 

Que os tempos são bizarros, não tenho dúvida. A pergunta a que não sei responder é se, no caso de as eleições serem hoje e não no passado dia 30, o resultado seria idêntico. A mim, parece-me que, à direita, talvez fossem, mas, à esquerda, seguramente não. 


Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.