À entrada de Fevereiro, chuva, nem vê-la. As temperaturas rondam patamares primaveris, escondendo e adiando os rigores próprios do calendário.
Tivemos eleições de cujos resultados, que ninguém esperava, brota um Orçamento “em segunda mão”, mas já com o selo de aprovado.
Ao contrário das modas europeias, saiu-nos em sorte um Governo com maioria absoluta, “coisa” completamente démodé.
Falam-nos de “diálogo”, mas com quem? Não será antes um monólogo?
Os portugueses inventaram um bloco central que, contrariando a sua própria definição, é monopartidário.
O retrato a aguarela da composição partidária que dá corpo ao Parlamento, com tons de rosa monocromáticos, está irreconhecível, com cores que já deviam estar descontinuadas, e sem outras que, ao longo de tantos anos, nos habituaram a vê-las por lá.
Também sem grandes precedentes nestes tempos de diversidade, há menos partidos que antes na Assembleia da República.
Que os tempos são bizarros, não tenho dúvida. A pergunta a que não sei responder é se, no caso de as eleições serem hoje e não no passado dia 30, o resultado seria idêntico. A mim, parece-me que, à direita, talvez fossem, mas, à esquerda, seguramente não.
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