O que mais surpreende nas forças políticas da esquerda extremada é que, na tentativa de explicar o mau resultado obtido há dias, insistem na mesma conversa estragada que os levou a uma tão traumatizante derrota, num caminho que dificilmente os reconduzirá aos tempos felizes; de facto, nunca se autocriticam, admitindo que não andaram bem, antes atribuem exclusivamente a causas externas a “hecatombe”.
Diz Jerónimo que o fracasso eleitoral se deveu à chantagem que o PS fez ao eleitorado, explorando o medo que o PSD se aliasse à extrema-direita, se dela precisasse para formar Governo - como se não se prenunciasse essa grande possibilidade - que fez engordar a sua votação; Catarina diz que tinham consciência do perigo que representava a não aprovação do Orçamento, mas que não seriam fiéis ao mandato se o tivessem aprovado.
Jerónimo diz agora que não baixarão os braços, intensificando acções de rua e mobilizando os sindicatos, exercícios que não deixarão de atrapalhar a vida da gente, que o que mais valoriza é ter trabalho e tranquilidade para se desenvolver, sem os “atranquilhos” de toda a ordem que as ditas acções potenciarão, com duvidoso proveito para o seus autores.
Enfim, valha-nos a poesia de Sophia: “O demagogo diz da verdade a metade/ E o resto joga com habilidade/ Porque pensa que o povo só pensa metade/ Porque pensa que o povo não percebe nem sabe”...
Amândio G. Martins
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