quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O capriccio de Vladimir, sem Tchaikovski


Nunca visitei a Rússia, nem conheço, “ao vivo”, as suas gentes, dado que pouquíssimas vezes me cruzei com alguns deles. Não cairei, pois, na tentação de passar a generalizações que, certamente, me projectariam a imagem de um povo nada “pacífico”, no sentido do que poderíamos aplicar, por exemplo, ao português. Acredito, pois, que os russos, bombardeados pela poderosíssima máquina de propaganda da sua comunicação social, em escala provavelmente maior do que a que também se está a sentir no Ocidente, se sintam preparados para apoiar um líder que sabe encaminhar as suas hostes para a reacção “adequada” aos vexames que o Ocidente lhes tem vindo a infligir desde o final do século passado. Um pouco como fez Hitler com os alemães, aproveitando-se da humilhação que sentiram perante os Aliados, no pós-Guerra Mundial 14/18. Consigam os americanos, europeus e mais a NATO interpretar devidamente este “jogo” com Putin, porque a experiência nazi acabou mal para todos. “Sufocar” um visionário meio louco e sem limites como Putin pode não ser o melhor caminho, o que não significa que tenhamos de lhe aturar todas as vontades e caprichos.


Expresso - 25.02.2022

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