Em São Paulo, Brasil, há um bairro chamado Liberdade, onde se concentra grande parte da população japonesa. Não sei se foram eles que lhe deram o nome, mas podiam ter sido. No parque do Carmo há cerejeiras, árvore ícone do país do Sol nascente.
Quem conhece por contacto directo a Ásia Oriental diz que ali se respeitam ainda muito as tradições. Não será por acaso que os nipónicos reservam um feriado para os idosos.
Volto ao tema Liberdade, a propósito da tradução escrita da linguagem falada. Em japonês, há um conjunto de 46 símbolos para designar cada sílaba; são chamados "hiragana". Todavia, outros 46 se empregam para escrever as palavras de origem estrangeira, situação em que usamos o itálico, ou aspas. Já ouvi dizer a quem sabe aquela língua que "é fácil". Mas esta duplicação da escrita complica um bocado...
Para eles, dizer LOS, em vez de Los Angeles, poupa muito a língua e, mais ainda, o cérebro. Mas convenhamos que chamar OS à cidade de Os Anjos (Los Angeles) é um liberalismo só admissível a japoneses. Escrever SAO Paulo em vez de SÃO Paulo, só em caso de incapacidade técnica.
Respeitemos a liberdade de simplificar, por "pragmatismo", mas isso não significa que concordemos com o seu abuso.
(Público, 10.2.2016)
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