Afinal de contas o futebol português não se baseia ou limita-se e não vive felizmente e somente e muita das vezes, de troca de "galhardetes", isto é de linguagem menos aconselhável, em conflitos protagonizados entre os mais altos responsáveis dirigentes, que deviam ser os primeiros a darem os bons exemplos, e acontece quase sempre em todos os clubes, em especial aqueles clubes mais do topo. Da constante indisciplina que se verifica em todas as jornadas e em quase todos os estádios, de norte a sul, deste pequeno rectângulo à beira mar plantado, nesta parte mais ocidental, desta igualmente dividida e destroçada Europa, mas esta parte "politiqueira", não entra neste manuscrito. Os sucessivos "desaguisados" entre jogadores, os casos relacionados com algumas arbitragens, que raramente, mas sempre vão fazendo manchetes em especial nos jornais desportivos. Os maus exemplos e desacatos por parte dos adeptos e as respectivas claques, obviamente, por alguns, daqueles mais fanáticos e doentios espectadores, que só vão aos estádios, para afastarem as suas frustrações do seu quotidiano.
À parte, destes cenários pintados de "negro" retratado no início, deste modesto "manuscrito,", afinal de contas é a imagem que o futebol português transmite, mas não é só esta parte menos positiva que compõe o citado futebol português, felizmente, e também, quando chega a hora de haver união entre os profissionais do mesmo ofício, o que é bonito de se registar este facto, os mesmos também quando demonstram o lado positivo da solidariedade, (devia ser assim sempre entre todos nós cidadãos e em todos os casos e circunstancias da vida, e que a palavra solidariedade e amizade, não fossem todas, estas, somente palavras vãs).
Afinal de contas o futebol português, quando é necessário, há também união e a tal amizade e solidariedade, que às vezes falta, no dia-a-dia de todos nós.
O caso mais concreto que vos trago a este espaço, relacionou-se com um jovem futebolista de 19 anos, de seu nome completo Eduardo José Godinho Ferreira, natural da cidade do Porto, nascido a 23 de Abril de 1997, com a alcunha de Edu Ferreira, que no início da presente época tinha sido promovido à equipa sénior do Boavista Futebol Clube. A esperança deste jovem jogador para a presente época era o concretizar de um sonho, tal como outros milhares de jovens que ambicionam a tão difícil tarefa de poderem singrar no futebol português. Mas infelizmente, a vida por vezes é traiçoeira e vilhaca e tem destas coisas, e um dos piores adversários deste "puto", promessa axadrezada, vindo da época transacta da equipa de sub-19, chama-se, cancro numa perna, estando a viver um momento muito difícil, onde foi diagnosticada uma doença do foro oncológico.
De levar e enaltecer, com letras grandes, a atitude dos dirigentes do emblema axadrezado que prometeram um total apoio ao jovem atleta.
Igualmente uma palavra de Grande apreço e da tal solidariedade e amizade, que vos falei no início deste texto-opinião, demonstrada pelos colegas de equipa que prescindiram de prémios de jogo para a ajudar o jovem Edu Ferreira, (que se iniciou no Ramaldense, tendo igualmente com o mesmo empenho envergado as camisas do Leça e Salgueiros), a pagar os tratamentos.
Afinal, quando é necessário, no futebol português, também pode e ainda há a tal solidariedade e amizade.
Desejo, como adepto do desporto-futebol, de um mero e "quiçá" reles cidadão, (que tem o grande privilégio de ser pai e avô, igualmente de um jogador em início actividade,), ao jovem Edu Ferreira e em especial à sua família, um final deste episódio, muito feliz. E todos juntos tenham a maior força e coragem para enfrentarem esta grande traição que a vida muitas das vezes prega a qualquer um de nós.
Muita força e grande coragem, rapaz.
(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal RECORD de 10 de Novembro de 2016)
MÁRIO DA SILVA JESUS
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