sábado, 12 de novembro de 2016

O Medo da morte


"O medo da morte é o fundo de comércio de todas as religiões", li no "espaço do leitor" do JN de hoje.
Será realmente o medo da morte que nos faz crer na existência de um ser inteligente criador do Universo e que nos avaliará depois desta vida?
Essa crença tem existido em todos os tempos e cantos do planeta, parecendo que o ser humano nasce predisposto para acreditar.
E, se isto for verdade, podemos comparar esta pulsão com outras pulsões, como as que nos levam a respirar, comer, beber e reproduzirmo-nos?
Eu sei que os ateus respondem com um não absoluto e eu repito o padre e teólogo Tomás Halik quando diz "estou de acordo com os ateus em quase tudo; só divirjo deles na paciência com Deus"
Eu também procuro ter paciência com Deus, principalmente quando vejo o sofrimento dos outros e o meu próprio. Entretanto, vou pensando nisto:
- será o medo da morte que leva tantas mulheres e homens, inspirados pela Fé, a praticarem obras de ajuda ao próximo expondo-se precisamente à morte e, por vezes, como acontece em África, no Médio Oriente e noutros locais, com elevada probabilidade desse risco?
- dizem os cientistas (número 1055 da "Science et Vie", de Agosto de 2005), que existe uma predisposição genética para acreditarmos, o que vem dar força àquela minha comparação das pulsões.
Eu acredito, apesar do aproveitamento comercial que bastantes humanos, incluindo responsáveis de todas as religiões, fazem da religião, da fé, de Deus!

José Madureira
(JN, 12/11/2016)

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