O mundo está sempre em mudança, desde
Camões que o sabemos. Já quase nada nos surpreende, mas, às vezes, contrariando
Lavoisier, do nada parecem sair coisas novas. Por exemplo: a “pós-verdade”.
Não é fácil definir o conceito e, rapidamente, podemos cair na conclusão de que
o “pós-verdade” é o mesmo que… mentira. Óbvio: se fosse mesmo verdade, o que
é que lá está a fazer o prefixo “pós”? Preferia que lhe dessem o nome de “pós-mentira”
porque, afinal, não passa mesmo de uma mentira, embora deva ser tomada como uma
verdade. Ou melhor, é uma mentira que não tem importância, não conta para nada.
Parece que as redes sociais (sempre elas…) são useiras e vezeiras nestas
artimanhas modernaças e, nos USA, até há mentirosos profissionais que exploram
estas ferramentas e as introduzem nas campanhas eleitorais. De pouco vale,
agora, que alguns se arrependam do voto que depositaram em Trump por pensarem
que o Papa Francisco lhe tinha dado apoio. Afinal, era só uma “pós-verdade”. A
propósito: por que é que a Melania Trump retirou do seu curriculum a licenciatura (que, ao que parece, não tem)? Era só
outra “pós-verdade”, inofensiva e pequenina…
Expresso - 26.11.2016 - truncado das partes sublinhadas
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